Amigos, amigas, foi um domingo magnífico em que a realidade se chocou no espaço com as expectativas e o Flu foi dormir no G-4, a seis pontos dos líderes.
Quando li a escalação e vi que o Fluminense levaria a campo, num mesmo pacote, Hudson, Nenê, Fred e Caio Paulista, preparei-me para o pior.
A bola rola e o Fluminense domina o Santos. Estou falando de domínio mesmo. Lucas Claro, que voltou com a corda toda, bateu quase a queima roupa para o goleiro defender no susto e Hudson acertou um foguete de fora da área.
Eu, cá comigo, estava esperando a hora em que o fôlego e o entusiasmo desapareceriam e, como de hábito, recuaríamos as linhas. Pelo menos tínhamos Michel Araújo e Caio Paulista para dar velocidade pelos lados do campo.
Apesar do domínio, que não passava, o Fluminense tinha repertório ofensivo limitado. As bolas eram alçadas na área o tempo todo, mas, curiosamente, foi em jogadas assim que marcamos os três gols.
O Fluminense fez 1 a 0 e só então o Santos, que jogava muito mal, sem transição e com muitos erros, começou a dar o ar da graça no ataque. Numa jogada em que Danilo estava fora de campo, a organizada defesa do Fluminense se desorganizou e Marinho aproveitou cruzamento da direita para se antecipar à zaga e fuzilar Muriel.
Mal, o Fluminense quase levou a virada em seguida. Foi quando Nenê sentiu a coxa e foi substituído por Marcos Paulo, que gastou a bola em campo. E é aí que está uma das primeiras explicações para o êxito tricolor. Marcos Paulo entrou no jogo na posição em que rende melhor, jogando no centro da linha média ofensiva, por trás do atacante, o que lhe confere uma amplitude maior de campo para atuar.
O Fluminense desempatou aos 10 minutos, numa disputa de bola pelo alto. O Santos até que conseguiu ser mais efetivo ofensivamente. Teve dois gols corretamente anulados. Não foi uma atuação primorosa do Fluminense, longe disso, mas foi uma vitória merecida, que deixou a mídia esportiva de cabelo em pé, porque o Flu de Odair não perder há sete jogos e está no G-4, escandalizando a quase todos.
Contra o Fortaleza, não teremos Dodi e Fred, suspensos. Nenê, muito provavelmente, não atuará. Excelente oportunidade para Odair escalar um time que combine imposição física, tática e técnica.
Com Yago recuperado e Michel Araújo já readaptado, podemos ter um time bem próximo do melhor que podemos oferecer. Difícil vai ser aturar o Felippe Cardoso brigando com a bola. Quem sabe não teremos a estreia de Lucca e ele não nos surpreende?
Ah sim, a dificuldade de analisar o Fluminense atual é decorrente da visão preconceituosa. Eu tenho dito aqui que o Fluminense é um time bem treinado e bastante organizado, mas dizer que é só isso turva a análise.
Odair Hellmanns tem um elenco com recursos, ao ponto de se dar ao luxo de colocar Marcos Paulo e Ganso ao longo de uma partida. Aliás, Odair finalmente parece ter compreendido que Ganso não é substituto de Nenê. Marcos Paulo, sim. Aliás, nem substituto, mas titular.
Ainda temos Luis Henrique, que está “treinando” na Seleção Sub-20. Caio Paulista, a gente tem que tomar cuidado para a implicância não tomar lugar da análise. Tem sido um jogador muito útil, que entrega a imposição física que nosso setor ofensivo precisa. Com Caio Paulista e Michel nas pontas do 4-2-3-1, conseguimos bloquear o jogo lateral do Santos, deixando Soteldo a ver navios, enquanto Marinho teve que atuar mais pelo meio para encontrar espaços.
Mas a questão do Fluminense estar no G-4 não me parece nada de absurdo. A própria atuação do Santos ontem explica muita coisa. Você olha o jogo e a impressão é que de que há uma distância muito grande entre os dois times.
Será que todo mundo é muito ruim, como dizem por aí? É claro que há times muito ruins, mas temos também bons times. Quando você reconhece que há bons times, você vai chegar à conclusão de que o Fluminense está onde está pelo simples fato de estar exatamente onde deveria estar, apesar dos erros e limitações nas escolhas de Odair, se me permitem o jogo de palavras.
Temos mais três jogos pela frente no nosso campeonato pelo G-6: Fortaleza, Grêmio e Palmeiras. Dependendo de como nos comportarmos nesses jogos, terminaremos a briga pelo G-6 fora da briga pelo G-6 e disputando a liderança.
Eu não quero criar expectativas irreais, mas tirando o Atlético-MG, os times que estão à nossa frente enfrentarão verdadeiras maratonas até o final da temporada. Se Odair escalar o melhor time e fizer as melhores substituições, não sei não…
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade
RELEMBRANDO ” DO MUNDO NADA SE LEVA “, PELÍCULA ENCOMENDADA AO FRANK CAPRA POR ROOSEVELT, FRANKLIN DELANO, A MITIGAR AS AGRURAS E O SOFRIMENTO, IMPOSTOS PELA GRANDE DEPRESSÃO DOS ANOS 20/30, É QUE EU BOCEJARA ATÉ AOS 7′, E AOS 9′, DESAFIANDO A SÍNDROME NOSSA COMPANHEIRA, A BOLA VADIA A PERERECAR E AO LUCAS CLARO SUPLICAR O PETARDO, SÚBITO, DEFENDIDO PELO SANTISTA E BOM GOLEIRO PRAIANO, JOÃO, A LEMBRAR O GARRINCHA. 13′, ALGARISMO ESTIGMATIZADO MAS AQUI MINUTAGEM, CRUZAMENTO RASTEIRO A…
Faltou um adendo no título da coluna: e a torcida.
Como sempre, excelente crônica. Parabéns!
Abs.