Que Fluminense eles enxergam? (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, deixa eu tentar, em poucas palavras, dizer aqui qual o Fluminense que eu enxergo.

Eu enxergo um time que entrou em campo no horário esdrúxulo das 20:30, em pleno domingo, podendo, com uma vitória, terminar a rodada no G-6 e, melhor que isso, a quatro pontos do líder do campeonato.

Acho que é suficiente dizer isso.

Enquanto isso, tem o Fluminense daqueles que dele se apoderaram, que olham para o clube e só conseguem enxergar a próxima venda. E hoje já surge a informação de que Marcos Paulo pode estar de malas prontas para ir para a França.

Diz o presidente que não há alternativa e que precisamos vender jogadores para pagar as contas e o serviço da dívida gigantesca, adquirida com muita incompetência e irresponsabilidade durante anos de decisões indefensáveis.

Se o Fluminense tem que vender o almoço para pagar o jantar é porque passou anos criando essa situação insustentável, da qual os nossos dirigentes não tem nenhum interesse em sair, porque vieram sem projeto algum para o clube.

Eu vou, todavia, deixar a política para depois, porque eu quero conversar com vocês sobre como o Odair enxerga o Fluminense.

O Odair gostou muito da atuação nas vitórias sobre Corinthians e Atlético-GO. Quando um técnico gosta de atuações como aquelas, ele está muito próximo da próxima derrota.

Só que a visão de Odair é de que o Fluminense teve controle do jogo na primeira etapa. Sim, ele falou isso na entrevista. O nosso controle foi tão explícito, que eles venceram de 1 a 0, mandaram duas bolas na trave e o goleiro deles não fez uma única defesa.

Sim, nós tivemos 75% de posse de bola, mas porque o Sport se trancou lá atrás tão logo fez o seu gol. Um gol de pênalti, desnecessariamente cometido pelo nosso herói de todas as partidas, o fidalgo Egídio.

Tirando isso, Egídio nem jogou mal. O que jogou mal foi a coletividade do Fluminense. Por que? Porque Odair escalou o time muito mal.

Odair não abre mão do seu 4-1-4-1, que vira 2-3-4-1 na fase ofensiva. Isso significa que tem um cara aberto na direita e outro na esquerda, com dois meias atuando por dentro, para encostar no centroavante. É o que fazem Nenê e Dodi no time tido como titular. O que já é uma coisa meio estranha, porque Dodi não é homem de criação.

Pois no jogo de ontem tivemos o time escalado com um ponta que não é ponta, o que não é nenhuma novidade, porque Michel Araujo também não é, e um centroavante que não é centroavante.

Para completar, tivemos dois meias de construção, Ganso e André, rodando a bola de um lado para o outro, sem ter para quem criar. Pois sabe-se lá por que razão, o Odair preferiu começar o jogo com André a escalar Miguel. Talvez porque se escalasse Miguel o colocasse de ponta, recuando Yago para a sua verdadeira posição, quando o certo seria tirar também Wellington e escalar Marcos Paulo para fazer dupla de ataque com Luis Henrique, dando opções para os passes de Miguel, Ganso e Yago.

O problema é que esse tipo de ideia não passa pela cabeça do Odair, porque ele criou um esquema e fica tentando encaixar os jogadores que ele acha que têm que ser titulares nesse esquema. Então, o coitado do Odair não consegue imaginar onde escalar o Miguel no time.

Tanto que o Odair só decidiu colocar o Miguel no jogo para jogar de ponta direita, no lugar do Luis Henrique, que ali atuava desde o início da segunda etapa, quando Odair decidiu trocar André por um centroavante, o nosso artilheiro dos artilheiros, Felipe Cardoso.

Brincadeiras à parte, a gente fica aqui se perguntando como pode o Felipe Cardoso ainda ser jogador do Fluminense. A verdade, no entanto, é que no jogo de ontem a entrada desse rapaz melhorou um pouco a produção ofensiva do Fluminense. Não que ele tenha bagunçado com a defesa do Sport. É que simplesmente nós passamos a ter dois atacantes de lado atuando pelos lados e um centroavante para prender os zagueiro.

Por que foi tão difícil chegar a essa decisão?

Só que as chances de gol ainda eram raras. Foi quando o Odair substituiu Luis Henrique por Miguel. Alguém entendeu? Ele tirou um ponta da ponta para colocar um meia. Só lá na bacia das almas Odair resolveu desentortar o time novamente. Tirou Wellington e colocou Marcos Paulo, ganhando assim mais presença de área, ainda que sem mudar o esquema. Tirou Yago e colocou Pacheco, que é ponta, para jogar de ponta. Miguel veio para o meio. Acreditem: Miguel veio para o meio de campo. Mais próximo a Ganso, com dois meias de criação, dois pontas e um centroavante, o Fluminense criou uma sequência de oportunidades, mas aí o tempo já era pouco e as oportunidades claríssimas de gol criadas foram desperdiçadas.

Então, mais uma vez, eu disse “mais uma”, o Fluminense perdeu a oportunidade de buscar uma posição melhor na tabela graças às escolhas ruins do Odair, mas o problema é que ele não as acha ruins. Diz que nossas derrotas e empates são injustos e nossas vitórias magras não retratam nossa superioridade.

A gente só pode procurar soluções se todo mundo estiver enxergando a mesma coisa. Quando a gente vê o mesmo jogo que o Odair e percebe que ele enxerga algo totalmente diferente do que o resto da humanidade, como é que a gente vai propor uma solução, se ele não vê problema algum na forma como estamos jogando?

Agora é esperar até quinta-feira para sabermos a grande surpresa que professor Odair irá nos preparar.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MauroJacome

#credibilidade

3 Comments

  1. Grande análise Marcelo, esse Odair é ruim demais!!!
    Só discordo com relação ao Marcos Paulo, esse cara tem que ser vendido agora, ele não joga nada, se passar mais tempo, vão decobrir que ele é muito ruim e nunca mais sai, e se sair, vai ser por uma bagatela.

    1. Fala Ivson!

      Eu acho que o Marcos Paulo vai jogar muito quando o Odair escalá-lo em sua posição, que é segundo atacante ou ponta alta do losango, como fazia o Diniz. Ali ele teve suas melhores atuações. Agora, de ponta esquerda ou de pivô não vai sair nada.

      ST

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