Amigas, amigos,
Entender o Flu atual envolve um contorcionismo intelectual, um poder de abstração e um conhecimento de artes místicas que não é pra qualquer um. Acho que o próximo filme do Cristopher Nolan teria um enredo prontinho, redondinho, se alguém contasse pra ele a saga escrita desde 2012 pelos Três Terrores Peter, Abad e Mário.
O nome do filme é fácil: Delenda est Fluminense…
Ele entenderia? Alguém na verdade entende? Bom, pensando melhor, já começo a achar uma coisa confusa demais, apocalíptica demais. Até pro Nolan.
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Vejam só: restaurante que não vende comida, padaria que não vende pão, ou bar que não vende cerveja, não tem jeito: fecha.
Por que seria diferente com um clube de futebol que não faz futebol? Vai dar ême ou não?
Sempre achei o Mário um quadro importante no jurídico do clube. Fora dali, no futebol, é desastroso. O hoje Presidente é tal qual o antigo Vice, dos tempos do Peter, uma negação. Ajudou a afundar o Peter, que o rifou até da sua sucessão; agora, vai afundando a si mesmo. Qual jogador interessante contratou, antes e agora?
No mais, aconteceu o que se previa: manobrou até conseguir tirar, na primeira oportunidade, o controle do futebol do Celso. E só para poder cair de novo nos braços do Uram. Difícil lembrar de situação semelhante na nossa história, de um presidente chegar a escantear o seu próprio vice, para poder então colocar os interesses de um empresário acima dos do próprio clube.
Impressionante também a ingenuidade do Celso, que sequer negociou um número razoável de representantes no Conselho. Só teve olhos para o futebol.
Abad foi, antes do MB, outro presidente que jamais deveria ter sido. Mas, Mário está já lhe botando um nariz de vantagem, em um mandato que ainda tem dois anos pela frente. Pagaremos um alto preço… Será que o Chico não poderia soprar ao Mário o conselho que deu ao Lula? ‘Cria uma VP do vai dar ême…’
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Há salvação? Acho que não. Temos mais do mesmo. Mário, a rigor, não é oposição aos presidentes anteriores, que até hoje mantêm gente no clube. Mário não vai mexer em nomes que nem foi ele que trouxe, e tampouco tem força para tirar. Ou seja, se deu errado antes, por que daria certo agora?
Porém, se quiser salvar a pele, é bom começar a se mexer.
Dou três conselhos, de graça, que ele não pediu, mas que vou bater ainda assim. Não pra ele, apenas, mas pelo Fluminense:
1) Traga, para ontem, o Celso de volta ao futebol. Não se trata de gostar ou não do velho, e também não interessa se ele vai levantar ou não o futebol. Ao menos, se mostrará mais humilde e terá alguém com quem dividir a culpa pelas barbeiragens, com quem possa terceirizar os perrengues. Sem um vice, toda a porrada, é claro, vai no MB. E aí, não tem conferência que dê jeito;
2) Escolha um modelo de gestão para o clube, e deixe isso claro para a torcida. Não queira dar aula a ninguém, antes mostre trabalho, diga a que veio, converse com o torcedor tricolor.
Modelo não é fazer do clube, empresa. Os adeptos dessa bobagem seguem fingindo que não estão vendo o Red Bull na vice-lanterna. E esse é empresa purinha, na veia.
Gestão de futebol é tão somente montar time. Não precisamos de CEO. Precisamos de jogadores. E treinador.
Emergencialmente, temos dois modelos mais próximos.
O ‘modelo Santos’: base + ‘craques’. É como eles fazem todo ano. O Elenco é metade da base. E contratam 4 ou 5 bons jogadores. Vergonha não têm feito. Vice ano passado, e por ora, pré-Libertadores.
Sobe a base. Pra já. E pra jogar. André, Dani Silva, Guilherme, Miguel, Samuel, Matheus Pato, Jhon Kennedy. Roda esses e outros até achar quem encaixe. (Aliás, que diferença da base pros profissionais… ali, ainda ganhamos Fla x Flu fácil! Não tem algo de errado nisso aí?)
Encosta a turma da bengala e, na janela, traz três ou quatro jogadores realmente bons. Da Europa e da América do Sul. Duvido que o bom scout do clube não tenha já lhe indicado esses nomes. Mas, se precisar, me procure. Tô por aqui. #ÉpeloFlu… Ou então, veja os comentários e dicas nas redes sociais tricolores. Ali, não se vê angionices nem uramadas… Várias ótimas indicações. E vale um elogio também ao excelente Felipe Barros, do NETFLU! Uma ótima surpresa em análise de scout.
Tá bom de Hudson, Egídio, Ganso, Fred, Nenê. Que entrem vez ou outra. São cinco substituições, dá para administrar isso melhor do que temos visto. E o futebol deles já não permite mais do que um tempo por partida. E olhe lá! Ou jogam jogo sim, jogo não.
A outra opção é o ‘modelo Paulo Nobre’. Sair contratando geral, toda e qualquer revelação que aparecer. E deixa decantar. Jogadores Brasil afora, séries B, C e D. E América Latina afora. Não faltam boas apostas. Só garotada, sub 21.
Como o tema da vez é centroavante, vou soprar um nome que ainda não vi lembrado por ninguém, mas que eu já colocaria como uma revelação do ano na posição: Zé Eduardo, do Cruzeiro, que está emprestado ao América-RN. Já falei dele em coluna anterior. Procurem ver as estatísticas do garoto. Novo. Não falso novo…
3) Por fim, só existe amizade de mão dupla. O Uram leva, ok, vá lá, mas você pede o que em troca? Se der para incluir o Flu nisso aí, Uram ainda tem um ou outro jogador de bom nível (porque o único que estava no Flu, ele já tirou).
Então, em nome dessa linda amizade, se não for possível repatriar de imediato Jorge e Lucas Paquetá, que ao menos ele dê um jeito de fazer aportar nas Laranjeiras o João Paulo, bom meia, hoje vice-artilheiro da B, na Ponte (aliás, eu disse em coluna anterior que o Flu precisa pensar em voltar a fazer negócios com a Macaca. Além do goleiro, há outros bons jogadores por lá. Já lideram a B). E também o Rubens, artilheiro do Tombense, no Mineiro e na C. Bom reserva pra camisa 9. É amigo ou não?
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No mais, é tratar de se livrar do inacreditável.
É inacreditável que o Liverpool – campeão do mundo! – só tenha um milhão de euros pra dar num goleiro de seleção de base. Posição essa, de goleiro, que é hoje a mais prestigiada para os jogadores brasileiros.
É inacreditável que com os trinta milhões da Globo não dê para trazer três bons jogadores. Dois meias, e pelo menos um Nove. Mire a diáspora brasileira! Jemerson, Giuliano, Renato Augusto, Talisca…
Araujo não tem reserva. Nove, já não temos nem um titular. O nosso ‘dez’ é banco. Dodi não quer renovar, já já vai começar a morcegar em campo. E a verdade é que é um senhor vaga-lume. Faz um bom jogo e se esconde nos três seguintes. Não virá ninguém para essas posições?
É inacreditável que a nossa sorte num Brasileirão de 38 viesse sendo colocada nos pés do jogador de 39. São mais anos que rodadas…
É inacreditável gastar-se mais de 2 mi em oito jogadores hoje abaixo do que requer uma série A: Digão, M. Ferraz, Egídio, Hudson, Fred, Nenê, Ganso, Wellington Silva. Time falido? Que não tem dinheiro para contratar? Ora, contem outra. E o pior é que ano que vem estaremos lamentando esses mesmos jogadores, quase todos de contrato já renovado.
Aliás, de contrato renovado, até onde vai o gás do Nenê?
Inacreditável…
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Emergencialmente, fico nessas três indicações: Zé Eduardo, João Paulo e Rubens. E lembro a regra de ouro: sai jogador, vem jogador. Ou sobe a base. É o óbvio ululante que essas improvisações na cabeça do ataque não darão em nada.
No mais, sigo esperando que tomem vergonha e tragam reforços de verdade em outubro, aberta a janela gringa. Mesmo porque ainda corremos risco de perder mais jogadores para fora.
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Jogos com torcida em outubro? Mário é muito contra…
Aposto nos três pontos neste domingo.
Saudações tricolores, saúde!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
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