Onze questões relevantes sobre o Fluminense de hoje (por Leonardo Maia)

1) Vitória essencial, na hora certa, quando mais precisávamos. Há que comemorar muito esses três pontos. Muito mesmo. Serão fundamentais mais à frente, seja qual for a nossa pretensão no campeonato. Nota dez a todos. Sobretudo ao Odair, que fez o favor de não ficar no banco. Bastou isso para a vitória afinal sair.

2) Marcos Paulo e Evanílson, a cada jogo, se consolidam como uma das melhores duplas de ataque hoje no país. Antes do Brasileiro começar, já dizia que seriam a nossa grande esperança. Faz falta para os dois um meio-campo um pouquinho mais arrumado.

3) Se houvesse um mínimo de clareza no departamento de futebol, Samuel, reserva de Evanílson no Sub20 tricolor, e com contrato recém-renovado, já deveria estar figurando no banco. Luís Henrique não subiu bem? Por que ainda insistir com Caio Paulista? Não temos um nove reserva, e não há porque não prestigiar a base.

4) Dois jogos distintos. Muito mal no primeiro tempo, o Flu foi outro no segundo. Qual a diferença? Tenho várias hipóteses e teorias, mas a certeza maior é de que não temos ainda um meio definido. Quando o meio consegue dar uma encaixada melhor, o time flui e aí se vale com proveito dos dois atacantes.

5) Nenê foi bem no domingo, mas foi um jogo de exceção. Essa nova regra de cinco substituições tende a ser um desastre para os jogadores mais veteranos. Porque o jogo já não vai ‘parar’, não vai dar respiro. Basta ver a goleada acachapante que levou o Barça. Alguém discute a qualidade individual dos jogadores? Mas não há como manter um time competitivo, nas circunstâncias, com três ou quatro trintões na linha.

Para efeito de comparação, o RB Leipzig, maior surpresa das semifinais da Champions, não teve ninguém com mais de trinta na linha, no jogo contra o Atletico de Madrid. Com trinta anos, só o goleiro.

6) Louve-se também a nova boa atuação do Luccas Claro. Como falei ainda no tempo em que escrevia no O Tricolor, com o Savioli, ele segue o perfil que tem sido muito comum em jogadores contratados peo Flu nos últimos tempos: jogador com passagem por seleções de base, e de preferência com torneio(s) disputado(s) na base. Caso também de Marlon, Jadson, Allan, Caio Henrique, Muriel etc. São os jogadores do scout… (Aliás, prestigiar ainda mais o scout foi uma das razões para a saída do Celso do futebol).

7) Goste-se ou não de Xerém – e há torcedores que torcem o nariz para a garotada – a verdade é que é mais um campeonato em que os moleques têm correspondido e resolvido. Evanílson, Marcos Paulo, Julião, Luís Henrique…

Como temos dito sempre, o nosso projeto de futebol para o curto prazo deveria adotar o modelo Santos: prestigiar a garotada e trazer cinco ou seis nomes realmente bons. É o que tem sido suficiente a eles para disputar títulos todo ano, ir à Libertadores etc. É o mínimo, para começar. Ou para recomeçar.

8) Falando em elenco e reforços: resolver, ou ao menos equilibrar elenco, em meio de temporada, é muitas vezes apenas questão de timing, de agilidade.

Dois exemplos só nesta semana: a torcida organizada da Ponte Preta agrediu jogadores após o jogo na sexta. Vários querem deixar o clube e há, dentre esses, alguns bem interessantes. Temos tido uma parceria boa com a Ponte nos últimos anos. Para dar um exemplo atual, Orinho e Felippe Cardoso andaram por lá recentemente, com algum sucesso. Não seria o caso de propor uma troca por empréstimo, cedendo esses dois e mais alguns outros nossos? Amenizaria o clima por lá, e os dois clubes sairiam reforçados.

E, no Galo, Sampaoli já fez uma lista dos jogadores com que não pretende mais trabalhar. Dentre esses, Cazares, Maílton (LD) e Borrero (meia). Não caberia cogitar um empréstimo, com salários divididos?

9) No mesmo dia em que renova com um lateral-direito de 21 anos, a diretoria solta que a carência mais urgente do elenco é a lateral-direita. Qual o critério? Qual a lógica?

10) Estamos exatamente no meio de tabela. Naquela posição de sempre dos últimos anos. O diferencial pode ser o que não se fez nesses outros momentos, ou seja, trazer dois ou três bons reforços. Acho que a maior carência do elenco é um bom meia. E também um reserva para o Evanilson. Do retorno pra cá, praticamente só ele resolveu no ataque. E se sair? E se contundir? Antecipar, planejar… Falta muito isso ao departamento de futebol.

11) O Bragantino até o momento foi um time mais rápido e jovem do que propriamente um bom time. Nada de mais voltar com três pontos na quarta.

Algumr risco de decidirem já poupar jogadores por conta da Copa do Brasil?

Agora que o time está ganhando mais ritmo, acho um erro.

Saudações Tricolores.

Panorama Tricolor

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