Fluzão amistoso (por Paulo-Roberto Andel)

Já nem me lembro mais como era esse negócio de amistoso. Aliás, lembro sim: pra lá de antigamente, os clubes encaixavam entre as competições – ou mesmo durante. Era garantia de grana, no Brasil ou no exterior.

Teve um Fla-Flu em 1999, no dia de São Sebastião. Perdemos por 5 a 3, acho que o Túlio perdeu um pênalti. Ao descer a rampa do Bellini, fiquei assustado quando vi um flamenguista carregando nos ombros um vaso sanitário. Na segunda deu no jornal: tinham reformado os banheiros do Maracanã. O lado tricolor ficou intacto, já o rubro-negro teve muitas avarias. É.

Interessante também ter preliminar. Noutros tempos era o normal, não havia clássico sem. Então começaram as desculpas: atrasa o jogo principal, estraga o gramado etc. Um festival de mentiras: o que se queria, na verdade, era manter a invisibilidade dos juniores para facilitar negociações sem protestos da torcida. Pela mesma linha foi que, anos depois, satanizaram as organizadas. Tudo pelo status quo e pelo poder, nem todo mundo era tão otário de acreditar nas “versões oficiais”.

Do jogo, não dá para dizer muita coisa. Claro que é bom vencer, mas o Flu poderia ter perdido. Levou bola no travessão, chutaram um pênalti para fora. No final, marcamos. A satisfação pelo triunfo não esconde o fato do Botafogo atualmente ser muito fraco, nem do Fluminense precisar de muita coisa ainda se quiser ser competitivo e não lutar contra o rebaixamento… pela sexta vez em oito anos – diz Paulo Angioni que o G10 está garantido. Ebaaaa, que vitória! Não quero ser chato e repetitivo, mas perguntei há semanas, em todos os lugares, se alguém conhecia algum time no futebol brasileiro que tenha tido seis ou sete jogadores titulares com trinta e tantos anos, e que tenha conseguido êxito. Até agora só escutei silêncios.

Neste sábado no podcast falamos de Marcos Paulo e Evanílson terem que ficar muito extremados para dar o espaço de meio a Nenê. Ok, mas mesmo que se mexa no time, quando Fred voltar não será a mesma coisa? Enfim, no final o problema é de montagem do elenco. Temos um monte de jogadores, mas um time que mal cabe na conta do chá e, se insistirmos em jogar com uma base de veteranos, uma coisa é certa: vamos tomar gols em todos os jogos, comprometendo as estimativas angiônicas.

Enfim, mais uns semana de vácuo e outro amistoso. Ah, sim: tanto o gol da preliminar quanto o do principal foram maravilhosos. E Calegari salvou o gol do século, juntando força e destreza num lance maravilhoso. Ele é sangue novo, é o que o Fluminense precisa para avançar.

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Dia 26 de julho, dia de Telê Santana, um dos maiores jogadores da história do clube e um de seus mais apaixonados torcedores. Quando era incomum um treinador dizer que torcia para determinada equipe, Telê sempre disse por todos os cantos que era tricolor, o que todo mundo já sabia desde os anos 1950. Um herói eterno das Laranjeiras.

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E dia também de Maria de Lourdes Andel, a pessoa mais importante de toda a minha vida, que infelizmente não está por aqui. Ou está, sei lá. Só sei que faz uma falta colossal, e hoje é ainda pior.

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Neste sábado, passou o Dia do Escritor.

É preciso celebrar os diversos autores que, com sua abnegação, sacrifício e muitas vezes de graça, ou pagando do próprio bolso, fizeram a história bibliográfica do Fluminense. São muitos, estão na Wikipedia. E por favor: me deixem em paz com essa estupidez de “livro oficial” e “livro não oficial”. Livro é livro, ou é bom ou é ruim, tanto faz quem faça. E só.

Sim, estou lá também, é claro. E muito me orgulho disso. Fiz e faço porque quero e gosto. Claro que fico muito agradecido com as congratulações mesmo, mas o divertido dessa história vem justamente das não congratulações. É nos silêncios notoriamente incomodados que você comprova a certeza de sucesso.

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Minha total solidariedade ao presidente do Fluminense pelo processo ridículo que sofre, ou sofrerá, do não menos ridículo presidente da Ferj, uma figura grotesca em se tratando de relacionamento com o Fluminense. Como disse Leonardo Maia aqui no PANORAMA, dependendo de quem te processe é um triunfo.

No entanto, é uma pena que, cinco anos atrás, quando teve a oportunidade de intervir numa das maiores barbaridades envolvendo o Fluminense, um de seus sócios, um ex-funcionário do clube e um arsenal de fraudes, o presidente à época chegou a reconhecer o direito de quem mentia.

Está tudo AQUI.

Tempo, senhor da razão.

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Nesta semana lancei meu novo livro de poemas em versão digital. Chama-se “A desconstrução do Rio”.

Quem quiser conhecer um pouco dele, basta acessar o blog do nosso cronista -e poeta de mão cheia – Felipe Fleury.

CLIQUE AQUI.

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Este boné é um verdadeiro tapa na cara da politicagem que cerca o Fluminense há uma década. Da gentrificação da arquibancada. De uma tentativa torpe de silenciar atos de oposição contra más gestões.

Aquele ódio persecutório nunca foi contra a violência, mas sim a favor da manipulação.

Parabéns, Ferrugem!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade