Tudo anda difícil. A vida anda difícil. Em algum momento a gente precisa respirar e sonhar. Tentar, pelo menos.

Nesta segunda-feira Hermeto Pascoal faz 84 anos. Um dos patrimônios do Brasil, com sua música instigante que já arrancou aplausos do mundo inteiro, até mesmo de outros gênios que não eram de aplaudir muitos: Miles Davis é um deles.

Todo ano Hermeto Pascoal faz um show da pesada. Agora não deu, mas não é menos emocionante ver seus filhos e netos comovidos em vídeo, orgulhosos do mestre cujo sangue carregam e, para culminar, vários deles com a camisa do nosso Fluminense.

Hermeto não fez por menos.

Em tempos tão difíceis, é reconfortante ver as cores do Fluminense abraçadas a um dos maiores músicos do mundo – e isso num clube que carrega consigo os corações de Chico Buarque e Maria Bethânia (que também acabaram de aniversariar), mais um verdadeiro Olimpo de artistas de toda espécie. Não é a primeira vez: o gênio já homenageou o Fluminense inclusive em álbuns como “Lagoa da Canoa” e “Calendário do som”.

Lá está o velho Hermeto, o Bruxo, o Campeão, o homem que vem assinando a vanguarda da música desde os anos 1960, que já formou craques e craques em suas bandas – e todos acabam tocando com o estilo dele, inconfundível, universal.

Não teve jogo nem gol nesta segunda-feira. Agora não pode nem dá. Mas um dos nossos maiores craques brasileiros fez o Fluminense valer por um título. Sua entrada no vídeo lembrou o velho Maracanã cheio de bandeiras e com uma nuvem imbatível de pó de arroz.

Ouçam Hermeto Pascoal. O que ele tem a dizer e o muito que tem a tocar. É um escudo do Fluminense celebrando os acordes e as notas do mundo.

Panorama Tricolor

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