CAMPANHA DO SEBO X – LIVROS E MÚSICA.

Podia ter dado tudo errado, desde o começo. Antes da construção, a turma do Lacerda o queria em Jacarepaguá. A turma do Ary Barroso venceu e o Maracanã consolidou seu berço esplêndido no terreno do antigo Derby Club. Depois, veio a Copa e o gol de Gigghia foi seguido de suicídios não somente no estádio mas também por todo o Distrito Federal, história pouco falada.

Quando tudo parecia perdido, o Fluminense, precedido pelo Palmeiras, ganhou o Mundial de 1952 e resgatou a auto estima dos cariocas pelo futebol. Na campanha, o Tricolor ainda fuzilou o Penarol por 3 a 0, com metade do time uruguaio tendo conquistado a Copa de 1950. Uma vitória que valeu por um país.

Desde então, Fluminense e Maracanã andaram de mãos dadas nas últimas sete décadas, salvo intervalos pontuais por conta das inúmeras obras no estádio, até a sua modernização – e total descaracterização – desde 2013. Na vitória e na derrota, o Tricolor e os tricolores estavam lá, tanto num clássico abarrotado quanto numa partida trivial com menos de mil pagantes.

Boa parte dos jogos imortais do Fluminense foi disputada no Maracanã, com ídolos e craques a granel. De Castilho, Píndaro e Pinheiro, chegando a Telê e Didi, com os gols de Waldo, depois Altair e Jair Marinho, Escurinho, Carlos Alberto Torres e outros, o Flu atravessou as décadas de 1950 e 1960, quando ao final desta experimentou uma era vitoriosa: 1969, 1970 1971, 1973, 1975, 1976 e 1980. Tempos de Flávio, Lula, Samarone, Manfrini, Félix, Galhardo, Oliveira, Assis, Marco Antônio e grande elenco, até desaguar na monumental Máquina e, posteriormente, no timaço tricampeão dos anos 1980 – dá-lhe, Assis!

A década de 1990 teve momentos muito difíceis, mas até nisso o Fluminense mostrou grandeza e manteve o Maracanã como seu palco principal, até que veio o século XXI e um longo processo de reconstrução que, entre altos e baixos, levou o clube a três títulos brasileiros num espaço de cinco anos, sucedido por um novo hiato que esperamos superar em breve.

Voltando aos anos 1990, é impossível não falar do heróico Super Ézio, eterno ídolo tricolor numa época de poucos títulos, e do incrível Campeonato Carioca de 1995, o último a manter sua grandiosidade, com o desfecho que talvez tenha sido a maior façanha do Fluminense no Maracanã em toda a sua história, sendo campeão com apenas oito jogadores contra o time do maior jogador do mundo, depois de tirar oito pontos de diferença na competição e, claro, com um gol inesquecível.

No Maracanã, o Fluminense venceu muito, também foi derrotado, conquistou glórias eternas e sofreu, infelizmente. Em suma, viveu. Vive. Tem histórias que sequer precisam de títulos e dão livros inteiros. Os que viram a antológica vitória sobre o São Paulo pela Libertadores de 2008 são testemunhas. Contra Arsenal e Boca Juniors também. As reações nos Brasileiros de 2008 e 2009 foram épicas. E golaços fantásticos com muita ou pouca gente presente. Os três de Edinho contra a Anapolina em 1982, o monstruoso de Romário contra o Grêmio em 2002, o maravilhoso chute de Walter contra o São Paulo em 2014. Renato Carioca contra o Flamengo em 1991, o próprio Super Ézio também, na final. São muitos.

Os garotos tricolores do Maracanã dos anos 1950 estão por aí até hoje. Os dos anos 1960, 70 e 80, também. A mocidade dos 1990 e 2000 estampa suas camisas e faixas, entre nuvens de pó de arroz e mosaicos. O estádio mudou para sempre mas as novas histórias em três cores já estão acontecendo e, tão logo cesse o caos pandêmico, elas serão retomadas.

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Marinho jogou demais e sofreu muito na Terra, uma tremenda injustiça.

Ele também foi uma fera do Maracanã.

Um adversário fantástico, que eu e todos os garotos tricolores queríamos ver jogando pelo Fluminense.

Meus pêsames e tristeza.

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Em homenagem ao maior jogo de todos os tempos, escrevi um e-book alusivo aos 25 anos de 1995. Ele estará à venda no site da Vilarejo Metaeditora nos próximos dias.

E também será possível encomendar meu primeiro livro sobre o gol de barriga, que estava esgotado desde 2013, mediante um número mínimo de exemplares solicitados.

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Panorama Tricolor

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