A compra de ingressos simbólicos para a transmissão, pela Band, do Fla-Flu decisivo em 1995, rendeu aos Fluminense um total de R$ 129.370,50, que seriam revertidos aos funcionários do clube em forma de cestas básicas.
Num livre exercício de imaginação, vamos supor que a empresa que deu o suporte informático cobrasse 10% de taxa de administração, o que já seria um absurdo no momento atual: R$ 12.937,05.
Ainda assim, sobrariam em tese nas mãos do clube R$ 116.433,45.
Segundo o site oficial do Fluminense, foram entregues 340 das 429 cestas básicas, o que daria um valor de R$ 271,40 por unidade.
Nos tempos que correm esse valor é absurdamente caro. Basta consultar os sites especializados, sem contar que, com um pedido de 429 cestas, se pode negociar no mínimo um desconto de 10%, já que o pagamento foi à vista.
[Louvemos a ação em prol dos funcionários. Mesmo.
Por outro lado causa estranheza a foto da entrega do material, com os produtos sendo recebidos por separado, quando o mais fácil e barato é comprar a cesta básica fechada de uma empresa especializada, que certamente movimenta dezenas de milhares de cestas ao mês, podendo assim negociar preços muito mais vantajosos.
[É o caso de azeitar melhor a logística para dar transparência ao processo de dizer quanto cada mercadoria custou, onde foram comparadas, se houve doação e do que, anônima ou não, e de como os produtos foram divididos por unidade de cesta básica.
[E qual foi o critério de produtos de cesta básica usado foi o do Governo Federal, em ter tipos de produtos e quantidade. Numa pandemia, claro, essas situações de logística vão sendo aperfeiçoadas, e cabe aos torcedores interessados dar sugestões para que os processos de assistência a pessoas em situação de fragilidade social melhore.
O Fluminense montou as cestas, o que por si só encarece o produto final.
Quem foram os 429 agraciados? Em que departamentos trabalham?
Quanto ganham de salários cada um dos agraciados? A informação é apenas a da faixa salarial entre um e quatro salários mínimos.
Se o Fluminense tem 429 funcionários abonados em até quatro salários mínimos, ao se somar BackOffice e/ou PJs, é possível dizer que o Fluminense conta com quantos funcionários? Uns 500?
O quadro do BackOffice e/ou PJs também foi agraciado?
[Não, né? Pelamordedeux.
[A receita arrecadada é equivalente a pouco mais de 1% do total gasto com os salários no clube em 2019.
[Claro que tudo passa pela situação de adaptação à pandemia, a adaptação ao novo modelo de normalidade no cenário presente et cetera.
Como assim se ganham no mínimo cinco dígitos antes da vírgula?
A ação foi excelente no objetivo, mas faltou transparência, Sr. Presidente. Queremos conversar a respeito. A quem devemos procurar?
[Ao mesmo tempo quais protocolos de precaução do Covid 19 escolhidos para Xerém e para o CT? O que fizeram com os atletas de Xerém que vivem lá no dia a dia?
Fluminense acima de tudo e a vaidade da gestão acima de todos.
[Mas a decisão de não disputar o Carioca nesta situação vigente foi admirável. É uma sandice o que Flamengo, sempre ele, está propondo de mãos dadas com o Vasco
[O PANORAMA abordou isso ontem no podcast.
Incontestável. A vida humana é o bem mais precioso. Colocar o futebol acima da vida é desumanidade!
[Alguém vai dizer que fizemos média para não sermos processados?
[Desde quando questionar um procedimento é motivo para processo? Viva a democracia, enquanto ela ainda existe, por mais que o fascismo ameace o país.
Falando em liberdade, viva o aniversário de Bob Dylan! São 79 anos.
Que média? Quando acerta, elogiamos. Quando erra, criticamos. Quando temos dúvida, perguntamos. É simples demais. Só não entende quando há má fé.
Nunca é demais lembrar: aquela barbaridade do processo do livro continua… Inacreditável ter dirigentes que foram lenientes com aquela barbaridade.
[Voltar aos campeonatos hoje é uma irresponsabilidade sem tamanho. Estamos falando do segundo país mais infectado no mundo, porra!
Por enquanto, vamos aos replays e ao YouTube.
[Sobre a pandemia, o Fluminense acertou.
Mais uma semana de transtornos. A primeira de várias. Sem Flu, mas a vida continua.
O TRIO é uma livre adaptação literária de conversas eletrônicas entre Antonio Gonzalez, Luiz Alberto Couceiro e Paulo-Roberto Andel. Gonzalez dispensa apresentações. Luiz é professor e coautor de “Pagar o quê?”, considerada a maior defesa institucional literária da história do Fluminense. Paulo edita este PANORAMA e é autor/coautor de 16 livros sobre o Tricolor.
Panorama Tricolor
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