Friamente falando? Os caras foram donos do primeiro tempo, deitaram e rolaram. Perderam pelo menos cinco gols feitos, depois de já terem aberto o marcador. Agora, se Muriel salvou o Flu em vários lances, é bom que se diga que Diego Alves não passou em branco. Ok, o Fla perdeu cinco, mas o Flu perdeu pelo menos dois. Na verdade, três. Claro: eles têm mais time, treinador, dinheiro, mídia e o escambau, mas a gente luta.

O problema tricolor mais grave esteve na facilidade de infiltração dos rubro-negros na área desde o primeiro momento, a incapacidade do Flu em ganhar a segunda bola para desafogar e a demora em entrar no jogo, disputar palmo a palmo e ameaçar o Fla, o que só aconteceu nos minutos finais da primeira etapa, quando Yony quase fez um gol histórico.

Longe de má vontade, mas Ganso só foi notado quando tomou (mais) um cartão amarelo bobo. O avesso de uma partida disputada em ritmo alucinante.

Segunda etapa, a correria ficou menos intensa, mas um lance poderia ter sido decisivo para os rumos da partida: Wellington Nem foi acordado por Pablo Marí, último homem, mas Daronco não deu nada e marcou falta do apagado Ganso a seguir.

Aos 21, com a facilidade de penetração de toda a partida, o Flamengo fez o segundo gol num chute de Gerson, com Gilberto finalizando de cabeça. Ficou ainda mais difícil. E se Ganso era um a menos no Fla-Flu, aos 26 minutos teve a substituição mais constrangedora (porém merecida e devidamente sob vaias) de sua vida, entrando Lucão. Ao mesmo tempo, alguns tricolores deixavam o Maracanã. Um momento para reflexão geral.

Nenê também saiu para a entrada de Yuri. Depois João Pedro no lugar de Wellington Nem. Troca de peças burocrática, sem qualquer modificação tática ou de posicionamento, ao estilo Marcão. Sempre torcemos, sempre queremos o melhor para o Fluminense, mas o que fica deste Fla-Flu é a colossal diferença do adversário para nós, o que não será resolvido com leõezinhos de teclado e panfleteiros de gestão. O Flu precisa chegar ao século XXI.

Muriel e Caio Henrique se salvaram como sempre. O jogo contra a Chapecoense deveria ter alguma promoção para que a torcida, tão sofrida e desiludida, venha empurrar uma máquina emperrada em mais da metade das edições de pontos corridos no Brasileirão.

Panorama Tricolor

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