O Fluminense deu fim à busca por um treinador, após a saída de Oswaldinho. Escolheu o auxiliar técnico Marcão para ser efetivado na função.

Eu, particularmente, acho temerária a decisão. Não pelo Marcão, que é uma personalidade fora de série, um caráter sem igual e profundamente identificado com o torcedor Tricolor, mas pelo momento.

Lutando ferozmente contra o rebaixamento, não há motivos para apostas. Sim, Marcão, mesmo que não conheçamos seu trabalho à beira do campo, só pode ser muito melhor que Endersons, Drubsckys, Zé Ricardos, Liscas etc, nomes cogitados para substituir a nulidade Oswaldinho.

A questão é que cogitar nomes assim é apequenar o Fluminense. Uma diretoria séria, diante do descalabro em que nos encontramos, deveria investir o que tem e o que não tem num nome, no mínimo, com experiência e currículo.

Dessa forma, fica fácil aceitar Marcão com o argumento: “ah, mas os nomes cogitados são terríveis!”. E são mesmo.

Ocorre que assumir uma equipe à beira do abismo é um risco enorme, sobretudo para quem é bom de papo, bom de coração, mas tem quase nenhuma experiência como treinador.

Pode dar certo? Pode. Mas é um risco que se corre num momento em que o Fluminense não deveria correr mais riscos.

Seria mais prudente que Marcão assumisse a equipe em outras circunstâncias, menos dramáticas. Decisões tomadas no desespero raramente dão certo.

De toda a forma, Marcão é um conciliador, amigo dos jogadores e, certamente, promoverá a união do grupo em torno de si e do objetivo que é salvar o clube do rebaixamento. Por ele, o time se doará, isso parece evidente.

Agora, se essa motivação, por si só, será suficiente, só o tempo dirá.

Marcão tem o meu apoio e o do torcedor Tricolor, irrestritamente, mas é preciso que dê certo. É preciso que dê muito certo. Não há mais tempo para apostas.

Panorama Tricolor

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