O returno do Fluminense no Brasileirão (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, neste domingo começa nosso returno contra o Goiás, no Serra Dourada. Serão dezenove compromissos até o fatídico dia 8 de dezembro, no qual encerraremos nossa participação neste, até agora, Campeonato Brasileiro de 2019. Com míseros 18 pontos na tabela, o número mágico de 45 pontos (segundo especialistas) ainda está distante. Dos jogos restantes, temos que ganhar nove, ou seja, quase metade. Pedreira? Depende. Se for o Fluminense que ganhou 5 em 19 no turno, não vai rolar, né? Se for o que ganhou duas nas últimas quatro partidas, chegaremos ao medíocre objetivo que nos restou. Ter vencido o Corinthians em Brasília com frango do Cássio me parece mais improvável que a Seleção Brasileira tomar de 7 da Alemanha jogando no Brasil, mas essas coisas acontecem – só não são frequentes. Se os resultados contra Fortaleza e Corinthians nos aliviaram na tabela, o desempenho nessas partidas foi bem chinfrim.

Por mais que tentemos lutar contra isso, quem joga melhor, quase sempre vence. O que acontecia com a gente era exceção, fomentada pelas sacanagens do VAR. Nas últimas partidas aconteceu o oposto: empatamos com o Corinthians quando merecíamos perder no Maracanã, vencemos o Fortaleza num jogo em que Muriel fez milagres, e batemos o Corinthians com frangaço de um goleiro de nível de Seleção Brasileira. O que temos que entender é o seguinte: isso provavelmente não vai acontecer o tempo todo. O baile que tomamos do Palmeiras foi, infelizmente, o cenário normal. Porra, até quando vamos ter que torcer pro improvável? Vamos ganhar nove partidas assim? Esse time precisa dar liga o mais rápido possível, precisa engrenar na mão de Oswaldo ou de qualquer outro, porque, da mesma maneira que o azar não dura para sempre, a sorte também acaba. Será que já existe um planejamento sério para jogar o returno, estabelecendo metas e táticas para cada jogo?

Teremos à frente Goiás (fora), Santos (casa), Grêmio (casa), Botafogo (fora), Cruzeiro (fora), Bahia (casa), Athletico-PR (casa), Flamengo (fora), Chapecoense (casa), Ceará (fora), Vasco (casa), São Paulo (fora), Internacional (fora), Atlético-MG (casa), CSA (fora), Palmeiras (casa), Avaí (fora), Fortaleza (casa), Corinthians (fora). Dos jogos em casa, acredito que consigamos vencer Bahia, Chapecoense e Fortaleza. Dos jogos fora de casa, dá pra derrotar Goiás, Botafogo (acaba sendo campo neutro), Cruzeiro (mal das pernas), Ceará, CSA e Avaí. Nove vitórias. E a maioria fora de casa. Claro que podemos ter algumas surpresas. Não será nenhum absurdo se conseguirmos vencer Vasco, Athletico-PR e Atlético-MG, por exemplo, mas os demais serão difíceis. A nossa conta é essa: tentar conquistar as vitórias que parecem mais prováveis e tentar somar pontos nos demais jogos. Se o time melhorar suas atuações e seu padrão de jogo, e Oswaldo parar de inventar, talvez consigamos nos livrar mais cedo do que imaginamos.

O campeonato é longo, mas o tempo passa rápido. Além do mais, a maratona de jogos será intensa. As competições de mata-mata estão quase acabando (a Copa do Brasil já acabou) e voltaremos a ver jogos pelo Brasileirão quarta e domingo. É preciso, também, que os jogadores estejam preparados para tal, sob pena de vermos alguns deles estourando e nos desfalcando em jogos importantes. Nossa caminhada será árdua e precisaremos, enquanto torcida, chegar junto. A luta infelizmente é contra a falência, temos sempre que nos lembrar disso. A Série B, que era tão temida na década de 1990, depois passou a ser uma espécie de “SPA” para os times grandes que sofriam o descenso: “descansavam” e, salvo exceções, voltavam com tudo. Com a diferença brutal de cotas, é o abismo. Que a arrancada virtuosa comece contra o Goiás fora de casa e, na quinta, se prolongue contra o Santos, com a conquista de mais três pontos e a ira da Flapress. Vamos em frente!

Curtas:

– Caio Henrique e Allan convocados para AMISTOSOS com a Seleção sub-23. Se tivermos como vetar, temos não só o dever, a obrigação de vetar. Entre jogar amistoso pré-olímpico e jogar a vida de uma instituição centenária, qual é o mais importante? A pergunta é retórica.

– Demoraram uma eternidade, mas trouxeram “reforços” para as posições que tanto necessitavam: zaga e lateral esquerda. Orinho (quem?), revelado no Santos, chega para disputar espaço na lateral esquerda; agora que Mascarenhas está voltando, Caio Henrique provavelmente deve ir pro meio – Oswaldo quer testá-lo como volante. Já Luccas Claro, velho conhecido do Coritiba, tava esquecido na Turquia e, pelo visto, foi uma das últimas opções possíveis para a zaga, dada a demora da diretoria em contratá-lo. Que o efeito Matheus Ferraz aconteça!

– Com a suspensão de Nino, a escalação de Frazan era natural. Estou tranquilo com essa escolha, acredito que nossa zaga ficará bem protegida. Frazan é um armário de ébano. Não vai passar nem brisa por ele.

– E vejam só… colocou o meio-de-campo falado aqui na coluna, vitória! Yuri, Allan, Ganso e Nenê. Primeiro volante, segundo volante, meia-de-ligação, meia-atacante. É o beabá do futebol, Oswaldo! Vê se mantém!

– Eu não acredito e possivelmente nunca vou acreditar em pesquisa de torcida. Os métodos utilizados são ridículos. Como é que você pode obter uma porcentagem fidedigna da torcida de determinado clube entrevistando menos de 3000 pessoas, divididas em cidades sem qualquer critério? O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes! Passo a acreditar em pesquisa quando for parado na rua pra me perguntarem algo sobre isso ou, é claro, se o campo “time do coração” estiver no formulário do censo.

– Palpites para as próximas partidas: Goiás 0 x 2 Fluminense; Fluminense 1 x 0 Santos.

Panorama Tricolor

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