Pedro vai para a Fiorentina. Ok, resta a avaliação médica, mas dificilmente o negócio recuará.
Já era mais do que esperado: o futebol brasileiro não suporta a pressão da grana estrangeira e, no caso do Fluminense, a situação é ainda pior.
Tecnicamente falido, sem nenhum plano de alta captação financeira que não seja a negociação de revelações de Xerém, o Tricolor mais parece uma pessoa que, doente por conta de drogas, começa a vender os itens de casa para alimentar o vício que, na prática, é a sua sobrevivência e calvário: o microondas, a TV, o ventilador.
Inevitável para conseguir suportar as contas dos próximos meses, sangradas por bloqueios regulares.
Há quem comemore o que se chamou de um excelente negócio. Ok, respeito, mas sou de outro tempo.
Se o pensamento for exclusivamente sobre o fluxo de caixa, até faz certo sentido.
De resto, não.
O retorno esportivo do jogador não aconteceu, estamos na zona de rebaixamento, acabamos de ser eliminados numa competição internacional com a visível ausência do camisa 9 e, ao que tudo indica, a responsabilidade dos gols contra o descenso vai cair nas costas de um garoto de 17 anos.
Desnecessário dizer da ducha de água gelada na cabeça de quem pretende ou pretendia ir ao Maracanã nesta segunda-feira. Ok, eu vou de qualquer jeito.
O problema maior não é propriamente a negociação de Pedro, mas sim a repetição do modelo que ela representa: desgastado, ultrapassado, antiquado, mostrando que o novo Fluminense é conversa pra boi dormir, temperado pelo silêncio solidário da blogueiragem cloaca e de sua troupe no Twitter. Outrora tão agressivo e combativo no passado recente, o exército de machões de teclado chapa branca faz cara de paisagem Vogue de Madonna.
Já imaginaram se Abad, o desastrado, ainda estivesse na presidência e fosse o condutor desse negócio hoje? Ou mesmo seu indigno antecessor? Pois é: uma tempestade de pedras. Detalhe: o ex-presidente teve oferta melhor.
Enfim, é o que temos por ora e é com isso que vamos para salvar o ano, se salvamento houver. O Flu tem camisa, torcida, história e essa tríade vai ser fundamental nos próximos 90 dias.
Ainda torço para que essa diretoria se salve e encontre um outro caminho, por que o da bravatagem boleirística não dá futuro.
Tomara que na segunda-feira o time encontre dentro de campo o espírito da paz. A benção, João de Deus e Papa Francisco.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
#credibilidade
Acho que o Pedro não ía voltar a ser aquele jogador decisivo, pelo menos não em tão pouco tempo. Ademais, havia o risco de o Framengo vir com outra proposta e levá-lo ou os estrangeiros verem que ele não era nenhuma brastemp e terminarmos sem o jogador e sem o dinheiro.
Temos o João Pedro até o final do ano e mais o Lucão, que pode vir a ser um novo Dourado Ceifador.
É um alívio ler esse texto. Sinto falta de um certo senso crítico muitas vezes.
Obrigado.