Tricolores de sangue grená, a Copa Sul-Americana era o nosso voo de céu de Brigadeiro, onde por momentos esquecíamos da dura realidade que nos esperava no solo (e quase no subsolo) do Brasileirão. Mas… esse passeio aéreo infelizmente chegou ao fim no empate com o Corinthians num Maracanã lotado como há muito tempo não se via pela nossa torcida. A presença maciça dos tricolores mostrou, mais uma vez, que o Fluminense tem torcida SIM. Uma torcida maltratada, esculhambada e tratada como secundária pela própria mídia e, por vezes, pelas gestões recentes do clube, mas que nunca deixou de ser fiel às três cores que traduzem tradição. É claro que é muito difícil imaginar que o público desta partida se repita numa segunda-feira à noite contra o Avaí, não apenas por mais uma decepção, mas pelas circunstâncias da partida em si.
Fomos eliminados com dois empates da competição que tanto almejávamos, sendo o jogo da derrocada uma partida em que, pela postura do time até sofrer o gol do Corinthians, não merecia mesmo melhor sorte, para nossa infelicidade. Oswaldo foi covarde, medroso, e não respeitou os 57 mil apaixonados que pulsavam nas arquibancadas e imploravam por uma vitória. O resultado vimos em campo, com menos de dez finalizações no jogo inteiro – e somente uma delas ultrapassando a meta -, um sufoco danado em vários momentos do jogo e uma demora absurda para assumir o protagonismo do certame. Quando o fizemos, já era tarde, pois o adversário, em vantagem, fez da catimba, da cera e do antijogo suas armas para alcançarem a classificação. Tudo isso, é claro, com a conivência do árbitro peruano e de (mais uma vez) um VAR que não só esfriou o jogo como ignorou mais um pênalti a nosso favor.
Como pedir, depois de mais esse balde de água fria, de mais um revés doído quando a torcida abraça o time, que esse mesmo torcedor vá numa boa novamente ao Maracanã para ver o jogo mais desinteressante, talvez, da rodada? Os preços atraentes, oriundos da promoção feita pela diretoria graças à boa assistência no jogo de quinta, serão o bastante para convencer o torcedor a, tão rapidamente, se refazer do baque sofrido? Bem, amigos… eu não tenho uma resposta fácil para esse questionamento, mas a verdade é que PRECISAMOS nos recompor. Temos um campeonato dificílimo daqui em diante, e em 23 partidas precisamos somar, pelo menos 35 pontos para termos uma segurança maior de permanência na Série A, o que quer dizer que precisamos mais ou menos de 50% dos pontos disputados, uma pontuação nada fácil de atingir se considerarmos o retrospecto recente.
A partir de agora, jogamos a vida ou a morte. Ficar na primeira divisão significa não receber, em 2020, a cota da Série B que, nesse ano, girou na casa dos R$ 8 milhões. Para o que o Fluminense precisa, esse valor é uma esmola, mal paga três meses de folha. Então, meus amigos tricolores, vamos olhar menos para o céu estrelado, que um dia podemos voltar a alcançar, e mais para o chão de terra batida, pisando nele com as duas sandálias da humildade em direção a mais um jogo no Maracanã. Não há jeito, não há escapatória, não há meio termo. As declarações de agradecimento da página oficial do Fluminense foram um pedido de socorro. Se abandonarmos o time à própria sorte, o futuro será sombrio e, talvez, quando mudarmos de ideia, já seja tarde demais. Gostemos ou não de Oswaldo, é o que temos por enquanto. Resta cobrarmos melhores resultados e desempenho e apoiar.
Curtas:
– Não me entra na cabeça o que o Oswaldo fez. Parece que fez tudo errado pra gente ser eliminado ao mesmo tempo: deixou o time sem centroavante, sendo que precisávamos fazer gols; tirou o Frazan, melhor jogador do time na primeira partida, recolocando Digão, que voltava de contusão e não vinha em boa fase; manteve a equipe numa retranca bizarra durante mais de 45 minutos… é incompreensível tanta teimosia. Entra treinador e sai treinador, e continuam sem ouvir o que a torcida quer.
– Contra o Avaí, não há outra opção a não ser botar o time pra frente. Os que estiverem em melhor momento precisam jogar. Eu iria de Muriel, Igor Julião, Frazan, Nino e Caio Henrique; Allan, Ganso, Nenê; Wellington Nem, Marcos Paulo (Daniel) e João Pedro.
– No próximo sábado encaramos o Fortaleza fora de casa, podendo emendar duas vitórias na sequência. O Fluminense precisa pontuar seja onde for, e não podemos entrar de forma covarde no Castelão. Segurar empate é o cacete, Oswaldo!
– Os últimos resultados têm sido favoráveis a nós. Se vencermos três seguidas já damos uma respirada, mas, sendo bem realista, sete pontos nas próximas três partidas seriam excelentes.
– O episódio da venda de Pedro tem sido bem confuso até então. Inicialmente, pretendia-se emprestá-lo à Fiorentina por um bom valor, e ela teria prioridade de compra. Agora o cenário mudou, e o centroavante está de malas prontas para a Itália. Resta saber, naturalmente, por quais valores. Já vi pelo menos umas quatro ou cinco versões diferentes contando os detalhes da negociação que, ainda que pareça vantajosa financeiramente, é terrível esportivamente falando. Cabe ao presidente do Fluminense vir a público esclarecer tudo sobre a venda de Pedro, para que o disse-me-disse midiático cesse. Em tempo, porque é necessário perguntar: o que diabos é esse ArtSul, hein?
– Palpites para os próximos jogos: Fluminense 2 x 0 Avaí; Fortaleza 1 x 3 Fluminense.
Panorama Tricolor
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