Pelo menos nos livramos do futebol bonito (por Marcelo Savioli)

“Alguns ficam ricos estudando inteligência artificial. Eu faço dinheiro estudando a burrice humana.”

Carl Icahn

Amigos, amigas, que alívio! Havia um ponto de interrogação no ar desde o empate da quinta-feira anterior. Aquele estilo retrancadão, jogando por uma bola, era apenas um estratagema para neutralizar o super poderoso Corinthians no alçapão do Itaquerão.

Só que não. Osvaldo, na noite de ontem, repetiu a formação, atuando sem centroavante, com o time marcando atrás da linha da bola e com a entrada de Digão no lugar de Frazan, que foi o melhor jogador em campo no jogo anterior.

Para nosso alívio, nada de trocas de passes, nada de envolver o adversário, nada de marcar pressão e nada de criar oportunidades de gol. Afinal de contas, para que elas servem se nós não as transformávamos em gols.

Os números foram encantadores. Nenhuma jogada de ataque trabalhada, menos posse de bola que o adversário, que chutou mais, levou mais perigo e merecia a vitória, mas, para nosso alívio, tinha lá o Pablo Dyego para empatar o jogo.

Pena que era da vitória, e não do empate, que precisávamos. Uma pena! Afinal, foram ao Maracanã 60 mil tricolores, todos ávidos por assistir a uma linda retranca, comemorar chutões para frente e defesas do Muriel.

Ficou claro que ter posse de bola e dominar o adversário, criando o triplo de oportunidades de gol, que esse negócio de jogar bonito não está com nada. Morte ao belo e vida longa ao que é feio, porém eficaz. Afinal, foram dois empates contra o super poderoso Corinthians.

Agora sim, nós jogamos como time pequeno, que é aquilo que foi programado para nós. Encolhidos, acovardados, sem imaginação, sem ousadia, do jeito que nós, ansiosos, esperávamos.

Agora, resta ao Fluminense lutar contra o rebaixamento, mas pelo menos nós temos um alento. Agora, vamos levar sufoco de Deus e do mundo, jogar feio para cacete, tentar ganhar o jogo em uma bola e, seguindo a tendência das estatísticas, quanto mais formos dominados, quanto menos posse de bola tivermos, quanto mais vezes o adversário  finalizar, quanto menos vezes chegarmos às imediações da área inimiga, maiores serão as nossas chances de sairmos vitoriosos das partidas.

Parabéns à nossa torcida. Acho que o recado foi claro. A torcida do Fluminense banca o que tiver que bancar. Que o clube saiba explorar esse sentimento.

Vamos esquecer o Diniz. Isso é passado. Além do mais, o Osvaldo já falou que ainda falta muito para implantar seu estilo de jogo. Não é uma adaptação do modelo antigo, é uma ruptura completa. Asseguro aos amigos e às amigas que não corremos mais riscos de enfrentar o pesadelo de ver o nosso Fluminense jogando como time grande, dominando, encurralando, agredindo os adversários e proporcionando belos espetáculos.

Que bom! Pena que não deu para beliscarmos a semifinal da Sul-Americana. Mas o mais importante é que estamos no caminho certo.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

11 Comments

  1. Oi Marcelo. Uma observacao, essa quote foi do Ziad K. Abdelnour – “Some people get rich studying artificial intelligence. I make money studying natural stupidity.”

    ― Ziad K. Abdelnour, Economic Warfare: Secrets of Wealth Creation in the Age of Welfare Politics

    Abs de Vancouver

  2. Seu texto poderia ser encaixado na letra da música Perfeição – Legião Urbana

    Vamos celebrar a estupidez humana
    A estupidez de todas as nações
    O meu país e sua corja de assassinos
    Covardes, estupradores e ladrões
    Vamos celebrar a estupidez do povo
    Nossa polícia e televisão
    Vamos celebrar nosso governo
    E nosso Estado, que não é nação
    Celebrar a juventude sem escola
    As crianças mortas
    Celebrar nossa desunião
    Vamos celebrar Eros e Thanatos
    Persephone e Hades
    Vamos celebrar nossa…

    1. Já o Fluminense, está mais para samba do Crioulo Doido. rs

      1. Exatamente isso. Nos últimos anos assistir aos jogos as vezes era quase uma obrigação. Com o Diniz voltei a ter o interesse em ver o time jogar. Agora retornei a estaca zero. Não é questão de defender uma pessoa(Diniz) e sim todo um conceito envolvido. Sair da mesmice, da mediocridade, da previsibilidade e entrar em momento de inovação, ter espaço na mídia mesmo com pouco investimento. Agora paciência. Torcer para o Mário “demitir” o doutor CB e contratar o Diniz.

  3. Jogávamos bem e perdíamos. Agora está tudo bem. Jogamos mal e continuamos perdendo. Agora o raciocínio binário dos nossos dirigentes consegue acompanhar o desenrolar das coisas.

    1. “Raciocínio binário”. Perfeito. É ladeira abaixo com essas tralhas.

  4. Savioli:
    Você , com eu, estamos revoltados com a troca no comando do futebol. Vimos a vitória épica no Sul, a vitória contra o Cruzeiro e o que mais importante , quando íamos ver um jôgo do Flu, tinhamos certeza
    que divertiríamos muito, que envolveríamos o adversário. Não tínhamos mêdo de ninguem.
    Recordo um jogo contra o poderoso Flamengo, tamanho era o nosso domínio, que no final o goleiro do
    Flamengo fazia cêra, doido para o j^go acabar logo.
    Se Nelson Rodrigues, vivo fosse, ficaria…

    1. Acabaram com o nosso melhor programa. Você não sabe o desânimo que eu fico quando lembro que aquela expectativa por cada jogo do Fluminense virou só angústia.

  5. Marcelo, o que começa errado, geralmente acaba errado. Absurdo a demissão do Diniz na véspera dos jogos com o corinthians, única possibilidade de título que tinhámos.
    Nem assisti ao jogo porque previ o que aconteceria com nosso futebol.
    Esse celso barros, grande dirigente de m*, vai ferrar com o Fluminense.
    Depressão total, nossa torcida não merece!!

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