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Tricolores de sangue grená, tanta coisa aconteceu desde que escrevi para este espaço pela última vez que é difícil até saber por onde começar a coluna. E olha que só faz uma semana. Enfim, o time finalizou mais de trinta vezes contra o CSA, teve três pênaltis ignorados pelo VAR e pelo árbitro de campo, tendo um deles gerado o contra-ataque que nos fez sofrer o único gol da partida, e saiu do Maracanã com uma derrota mais uma vez injusta para o então penúltimo colocado. A conjunção de fatores pesou, e Diniz foi demitido no dia seguinte. Em que pese eu não ter apoiado a demissão dele, o fato é que o time carecia de equilíbrio defensivo. Acredito apenas que faltou tempo para implementar isso, já que Diniz havia começado a treinar uma outra formação recentemente. De todo modo, agradeço muito ao treinador por ter me devolvido o gosto de ver o time jogar. Não importa quais serão os técnicos do Flu até o fim do ano (espero que não troque mais), o elenco está bem treinado e a tendência é melhorar.
Interessante foi notar que a diretoria mandou embora nosso treinador sem ter já um nome em vista, apalavrado que fosse. A discussão sobre se é ético ou não iniciar conversas com um treinador antes de demitir outro é extensa, mas precisamos entender que futebol é negócio. É melhor trocar o certo pelo duvidoso? Só o que sei é que tentaram o Abel, e ele recusou. Tentaram o Dorival, e ele recusou. Nem tentaram o Mano porque ele não iria assumir time nenhum. E de repente, as melhores opções (no entender da diretoria, já que eu não traria Abel nunca mais) se esvaíram. E aí, sobrou só alguém que já não faz um bom trabalho há muito tempo, e que foi demitido do Urawa Reds depois de perder por 4 a 0 em casa. Oswaldo de Oliveira não era mesmo o meu nome de consenso, e nem de boa parte da torcida, mas reconheço que, se é para trazer alguém menos cotado nesse momento, é melhor que seja um treinador experiente, vencedor e cascudo. Só de não ter Jair Ventura ou Zé Ricardo já fico aliviado.
A favor de Oswaldo, pesa o fato de pegar um time já pronto (e ele normalmente vai bem nesse tipo de situação), e de esse ser o time treinado pelo Diniz. Se o “efeito Pathetico-PR” se repetir, vamos começar a vencer tudo e levaremos a Sula. Contra ele, os retrospectos recentes e a fama de ser um técnico ultrapassado. Veremos qual das vertentes tem razão em breve. Todavia, já começamos a perceber a influência dele no time que foi a campo na última quinta-feira contra o Corinthians em Itaquera. Muitos disseram que aquele era o time do Diniz, e que nada mudou. Pera lá… como assim, nada mudou? Tudo bem, os jogadores continuaram finalizando mal, o toque de bola continuou sendo a prioridade, mas o time esteve bem diferente. Diniz jamais armou um Fluminense tão defensivo como o que se viu em São Paulo. O meio-campo jogava compactado, protegendo a zaga, que não cometeu falhas. Frazan e Nino seguraram o rojão muito bem, e Muriel (apesar de ter dado uma patuscada) garantiu a meta zerada.
O resultado de 0 a 0 pode ser encarado sob duas perspectivas: a boa é que, num momento de fragilidade e incertezas, o time foi gigante dentro da casa do Corinthians, contrariando todos os “sabichões” da mídia esportiva que adoram tripudiar do Fluminense e deixando o confronto completamente em aberto; a ruim é que qualquer gol do Corinthians coloca os paulistas com uma boa vantagem, já que qualquer empate com gols dá a classificação para eles. Teremos que fazer gols e, para isso, atacar mais. Oswaldo de Oliveira terá um grande desafio em suas mãos, que é tentar garantir a ofensividade vista com Fernando Diniz mesclada à compactação defensiva vista com Marcão. Se fizermos 1 a 0, podemos mudar a forma de jogar para privilegiar o contra-ataque, como fizemos em vários momentos em Itaquera. Mas é imperativo sair na frente. Para eles, talvez um novo 0 a 0 que leve a decisão para os pênaltis seja vantajoso, já que Cássio é pegador de pênaltis. Não há como saber.
O que precisamos saber é que nesta quinta-feira teremos o jogo mais importante do ano para o Fluminense, e não apenas pela sobrevivência na Copa Sul-Americana, mas também por uma questão de fortalecimento da instituição. Eliminar o Corinthians daria muita moral à equipe e à nova comissão técnica, não apenas para a sequência da competição continental, mas para iniciar uma recuperação no Brasileirão também. E não há desculpas possíveis que separem você, torcedor do Flu, do Maracanã neste meio de semana. Os caras colocaram quase 40 mil corintianos em Itaquera, e a torcida do Flu chegou junto. Agora é a nossa vez de mostrar a força das três cores que traduzem tradição. O mínimo aceitável para essa partida é 50 mil presentes. Os tricolores vivos, doentes e mortos devem se encaminhar ao Estádio Mário Filho neste dia 29 para fazerem parte da história. Venham testemunhar o Fluminense mais uma vez contrariando prognósticos e enfurecendo nossos detratores. Venceremos!
Curtas:
– Diniz foi sondado para ser o auxiliar técnico da Seleção Brasileira. Não lhes parece rápido demais o convite? É como se já estivessem esperando a demissão dele… ou até mesmo tenham dado uma “forcinha” pra ela acontecer, né, dona CBF? Acho que veremos em breve se tenho razão ou não. Se subitamente o VAR começar a funcionar a nosso favor, pelo menos para mim estará caracterizado que metade dos erros endossados pelo uso do VAR não aconteciam para nos prejudicar à toa.
– Não seria a hora de dar uma chance ao Frazan? Sempre que entrou, não comprometeu. Pode não ser o zagueiro mais técnico do mundo, mas joga sério. Digão às vezes pensa que é o Aldair e se enrola com a bola.
– Acho que em breve veremos Mascarenhas retornar ao time. Caio Henrique no meio daria o equilíbrio defensivo que tanto queremos sem prejudicar a qualidade na saída de bola. Estou ansioso para ver as formações que Oswaldo vai testar no Brasileirão de forma a conseguirmos os pontos que precisamos (que são muitos). Não levar gols contra o Corinthians fora de casa já foi um bom presságio.
– Palpite para a próxima partida: Fluminense 2 x 1 Corinthians. Vamos classificar!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade
Sempre quis o Caio Henrique no meio, mas agora que o meio campo do Flu está cheio de canhotos talvez complique. Penso que o time ficaria torto e previsível.