Tricolores de sangue grená, a derrota para o São Paulo no sábado último no Maracanã, com o auxílio generoso do VAR (pra VARiar), encerrou a curtíssima lua-de-mel que a torcida viveu com o time após a grande vitória sobre o Peñarol em Montevidéu pela Copa Sul-Americana, que nos deixou com boas possibilidades de classificação no jogo da volta aqui no Rio na próxima terça, principalmente pela presença do gol qualificado. Mas… se na Sula passamos a ser a equipe brasileira com mais vitórias na história, seguimos rumo ao calvário no Brasileirão. A zona de rebaixamento, com a qual apenas flertávamos, já é uma realidade, embora estejamos próximos dos que estão acima, mas isso pode mudar se não começarmos a vencer – e rápido. Isto posto, vou perguntar o seguinte: qualquer outro técnico que estivesse lá escalaria o Muriel e o Allan contra o São Paulo, correto? Pois foi com falha desses dois (fora a bola perdida pelo Nino, único zagueiro DISPONÍVEL no elenco no momento) que a derrota veio.
Podemos alegar que não deveria ter colocado o Guilherme, que demorou a mexer e só fez uma alteração, e tudo mais, mas sendo bem prático e analisando apenas o resultado (que é o que a turma do #foradiniz faz), não fossem os erros citados, teríamos vencido por 1 a 0. Mas… o “se” não entra em campo. Diniz montou o elenco, treinou os caras e conseguiu tirar leite de pedra em muitos momentos. Infelizmente toma algumas decisões infelizes, como insistir com Gilberto, por exemplo. Como no futebol não dá pra dispensar o elenco todo de uma vez e trocar por outro novinho em folha, geralmente quem dança é o técnico mesmo, e acredito piamente que a hora de Diniz ser demitido está chegando. Obtenha ou não a classificação no Maracanã na terça-feira, se o Fluminense não conseguir os três pontos sobre o Internacional no próximo sábado, acho que não terá mais jeito. Gostemos disso ou não, a prioridade é evitar um novo rebaixamento para a Série B, para onde o Fluminense não pode voltar sob hipótese alguma. Se a única solução for trocar o técnico, que seja. E quem virá?
O meu receio é que o substituto de Diniz seja um desses retranqueiros-motivacionais-paizões, que não vão resolver absolutamente nada. Nós precisamos de soluções para vencermos os jogos. Se o técnico mexer no esquema de jogo, trocar peças, e continuarmos vendo goleiros adversários fazendo exibições de gala contra a gente, nossos atacantes finalizando mal e escolhendo a pior jogada para dar o último passe, lesões/suspensões/convocações desfalcando o time a perder de vista, nos tirando principalmente nossos melhores jogadores, VAR e arbitragens sendo seletivos e, ou sendo rigorosos demais conosco, ou simplesmente ignorando lances a nosso favor – ou anulando gols legais, como contra o Goiás, no quê um técnico novo vai adiantar? Será que “acabar com a panela”, como tantos falam, será o bastante? A diretoria precisa ter em mente tudo isso que eu mencionei, sob pena de, daqui a 10 rodadas, estarmos buscando um outro técnico para o lugar do que vier a substituir o Diniz. Já aconteceu antes, num passado recente, e sabemos bem como foi. Se vamos trocar de técnico, o tiro precisa ser certeiro.
Trazer qualquer nome diferente de Dorival Jr., hoje, é fazer uma aposta. O Fluminense, na zona de rebaixamento, ainda jogando a Copa Sul-Americana (que rende uma boa grana, além do título continental e vaga na Libertadores), pode ser alvo de (mais) uma aposta? No mais, caríssimos tricolores e leitores que me prestigiam, entendam algo importante: precisamos abraçar o time. Não podemos deixar que os maus resultados nos abatam, sob pena de, lá no meio do returno, praticamente sermos obrigados a lotar os estádios para apoiar o time na luta contra o rebaixamento. Não podemos colaborar para que essa maré negativa perdure ainda mais. Se Diniz prosseguir, vamos deixar pra vaiar os maus resultados após eles acontecerem e criticá-lo no que ele merecer ser criticado. Técnico algum tem varinha mágica para mudar o que não pode ser mudado. Se vier um novo treinador, ele já virá pressionado por resultados, que podem demorar a acontecer, e talvez precisemos ainda mais de paciência. Nesse momento, devemos fazer parte da solução, não do problema.
Curtas:
– É complicado escrever de cabeça inchada, mas vejo que estamos num momento perigosíssimo. Tem muita gente torcendo pela derrocada do Diniz e desse estilo de jogo do Fluminense que, quando consegue ser bem executado, torna sim o time competitivo. Está dando quase tudo errado e estamos caindo na pilha dos antis. Tenhamos sabedoria na hora da crítica e cabeça no lugar para exigir melhores resultados.
– Nenê quis pagar a multa para atuar contra o São Paulo. Por que diabos o Fluminense não deixou? Ficamos sem o jogador, que poderia ter sido muito importante dentro de campo. Tem horas que não entendo essas decisões do futebol.
– Yony González está em um momento exuberante, e não podemos prescindir dele. Se estiver sentindo dores, que seja poupado na Copa Sul-Americana. A partir de agora, temos que ter força total no Brasileiro. A Sula tem todo ano, teremos outras chances de disputá-la, caso as coisas não derem certo. Rebaixamento, nunca mais.
– Palpites para as próximas partidas: Fluminense 2 x 0 Peñarol; Fluminense 3 x 1 Internacional. A virada começará no próximo sábado. Tenho fé!
Panorama Tricolor
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