O maior segredo do sucesso de Diniz é o craque! (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, tivemos a terceira grande atuação seguida do Fluminense na noite de quinta-feira no Maracanã. Sim, porque a atuação no empate com o Cruzeiro, pela Copa do Brasil, também foi grande.

A nossa última má atuação, de verdade, foi na estreia do Campeonato Brasileiro, contra o Goiás. Nossa última derrota, injusta, contra o Botafogo. Nas últimas duas partidas, parece que o Fluminense elevou seu desempenho à altura de seu real potencial. Ninguém faz o que o Fluminense fez com Cruzeiro e Atlético Nacional por milagre, passe de mágica ou acaso. Que me desculpe o Diniz, nem o melhor técnico do Brasil, com o que há de mais belo e funcional em termos de modelo de jogo, seria capaz de tais proezas.

O segredo do Fluminense é o craque. Esse segredo encoberto, guardado a sete chaves, que não entra na conta dos vendilhões. São várias as razões para a elevação do patamar do futebol tricolor nos últimos jogos.

A primeira delas atende pelo nome de “Allan”. O Allan é o cara da bola de segurança na defesa do Fluminense. Desde que foi fazer o papel que era, outrora, de Airton, o jogo de transição tricolor ganhou uma consistência que não se vira ainda. Assistindo aos últimos jogos do Fluminense, fica fácil de entender por que Jurgen Klopp, técnico do Liverpool, virou fan do seu futebolAllan é jogador único, do tipo que tem que estar presente na Copa de 2022. Estar no Fluminense é o caminho que o levará até lá.

Allan não é o único jogador único que o Fluminense de Diniz tem. O Daniel, eu falo a mesma coisa há três ou quatro anos, mas chega uma hora que nem eu mesmo tenho teimosia suficiente para acreditar na minha ladainha. Mas aí vem esse momento mágico e o Daniel é o que sempre foi quando brilhou. Daniel é o grande maestro, que parece estar em todos os pontos do campo. Como um grande maestro, que é, tem-se a impressão de que ele toca todos os instrumentos. Na verdade ele está em todos os instrumentos, porque é a verdadeira alma desse time do Fluminense, como era a alma daquele time campeão brasileiro Sub-15. A ilusão não estava na minha voz, mas nos meus sentidos. Daniel é craque.

Temos também o Paulo Henrique Ganso, que nunca deixou de ser craque, mas o Paulo Henrique Ganso que eu vejo hoje é, provavelmente, o traço mais comovente do que é capaz de fazer o trabalho do Diniz. Ganso cresce individualmente a cada jogo ao se doar como se fosse mais um. Mais que isso, se doa mais que todos. A discrição de suas atuações contrasta com a importância do seu papel em campo.

Finalmente, tem o João Pedro. Não precisa assistir a três, quatro partidas, para constatar que João Pedro é craque. Ele já nasceu craque e artilheiro. Só não perceberam isso os abutres responsáveis por mais uma venda criminosa de um jogador que poderia, sozinho, pagar metade da nossa dívida. São mentes prodigiosas que trocam dividir o lucro de investimentos por manter o clube respirando por tubos, sendo devorado em etapas ou suaves mordidas.

Eu falei de quatro craques incontestáveis. Craques, mesmo. Sim, se juntasse os quatro em qualquer outro time do Brasil, dois seriam reservas, um seria titular e outro, o Daniel, já estaria emprestado para ganhar sabe-se lá o que. Mas eles, pelo bem do futebol, estão no Fluminense do Diniz, que subverte a lógica colocando à frente da defesa dois moleques que mal sabem dar um pontapé na canela do adversário. Que desrespeito às nossas tradições!

Mas vocês acham que a nossa linhagem de craques acaba por aí? Nós temos o Pedro, que esse até o Tite já assumiu que é craque. Já pensaram na dupla “Pedro-Pedro” atuando junta? O Diniz também deve estar doido para ver isso. Só que tem, também, o Marcos Paulo, além do Léo Artur. O Marcos Paulo tem mais intimidade com a bola do jogo do que o gerente de desenvolvimento do fabricante de bolas. Aquela assistência para o João Pedro no terceiro gol da goleada contra o Cruzeiro foi cartão de visitas.

Para ter minar com os craques, eu ia esquecendo do maior de todos, pelo menos em performance, que é o nosso zagueiro, nosso xerife, Matheus Ferraz. Por que a gente sempre esquece dos zagueiros? O que eu mais vejo, leio e ouço é o pessoal dizendo que queimou a língua com o Matheus. Desse mal eu não padeço. Foi uma das contratações lá no início que eu aplaudi, mas nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que estávamos contratando um novo Duílio. Quem viu sabe do que eu estou falando.

Dizem que o Fluminense não tem elenco. Amigas, amigos, eu só falei de craque, não entraram na lista os bons e os excelentes. Caio Henrique, Igor Julião, Gilberto, Luciano, Yony, Nino, Zé Ricardo, Digão, Frazan, Mascarenhas, Pablo Dyego. E ainda tem um capeta sendo preparado no meio dos adultos, um tal Miguel.

Pega tudo isso, coloca dentro de um projeto, que em dois anos vamos ser nós metendo o dedo na cara da Globo, como fez o Palmeiras, dizendo para eles que tamanho de torcida é o cacete, que é melhor pagar o que eu quero e ficar calada.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

3 Comments

  1. Savioli,
    Não te entristece pensar que uns 60% do time é empréstimo e nunca mais veremos dps de dezembro? Queria saber como você lida com essa frustração. ST

    1. Aí depende de quem e com que projeto vai assumir o Fluminense.

      Você pega um time que tem números parecidos com um City, um Barcelona, um Liverpoool da vida e não consegue criar um projeto para atrair investimentos pesados, aí fica complicado.

      ST

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