Hora de mudar, Diniz! (por Felipe Fleury)

Eu gosto de Fernando Diniz, tem identidade com o clube e seu estilo de jogo foge à mesmice do futebol brasileiro atual. Mas, entre Diniz e o Fluminense, serei sempre Fluminense.

Ainda que tenhamos um elenco fraco e um time mediano, certas condutas contribuem para desgastar o treinador Tricolor. Menos a sequência de derrotas do que a insistência em persistir nos erros que nos levaram a elas.

Caio Henrique, um dos poucos iluminados da equipe, vem sendo reiteradamente desperdiçado na lateral esquerda. Embora cumpra honestamente a função, talvez fosse melhor aproveitado no meio, onde há um deserto de criatividade, uma das principais causas da ineficiência do ataque.

É claro que todo treinador tem suas medidas de teimosia e preferências, mas já é hora de Diniz entender que, com os três volantes que reiteradamente têm sido escalados titulares – Bruno Silva, Airton e Allan – as coisas não vêm funcionando.

Então é hora de mudar, porque se em time que está ganhando não se mexe, no que está perdendo as mudanças devem ser realizadas rapidamente. Luciano, por exemplo, não é um mau jogador. Quando atuou mais recuado, rendeu mais, articulando jogadas e até chegando à frente para fazer gols, mas como atacante os tem perdido – e pênaltis – em demasia, prejudicando sobremaneira a equipe.

Pedro, creio eu, já pode passar mais tempo dentro de campo. Ou começa jogando ou entra logo depois do intervalo. Assim, recua-se Luciano e Yony espera um pouquinho no banco, pelo menos até a saída, agora praticamente consumada, de Everaldo.

Com Caio Henrique no meio, Mascarenhas pode retornar à lateral esquerda. Na defesa, Nino é reserva e entrou numa fogeuira e Rodolfo, embora esteja sendo perseguido por parte da torcida, não é o pior dos mundos. Contra o Santos, nos livrou de uma baita goleada.

De toda forma, não é goleiro à altura do Fluminense.

Vejamos como a equipe irá se portar contra o Grêmio, outra pedreira imposta pelo sorteio dos confrontos na competição. Se perder novamente, insistindo nos erros das três últimas partidas, é bom que Diniz e suas teorias se preparem para aportar em outras bandas.

E se isso acontecer, nosso treinador terá perdido a excelente oportunidade de comprovar o acerto de seu estilo de jogo num grande clube do futebol brasileiro, infelizmente.

Mas ainda torço por Diniz e pela realização de suas ideias. Quem sabe, com algumas mudanças, dê ao Flu uma cara nova diante do difícil Grêmio lá no Sul, e retorne ao Rio com uma grande vitória. Quem sabe descubra uma ponta de humildade dentro de si, que o faça rever conceitos e pensar mais no Fluminense do que no sucesso de sua estratégia. Quem sabe compreenda que, às vezes, é necessário dar um passo para trás a fim de que possa dar outros tantos à frente.

Diniz é inteligente o suficiente para perceber isso. Só resta saber se perceberá a tempo.

O TRICOLOR – informação relevante.

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