É claro que o empate diante do Nacional frustrou a torcida. Seja por conta da atuação opaca de um time reconhecidamente irregular, seja pelo gol adversário perto do fim do jogo, o fato é que ficou um gosto de decepção no universo Fluminense. Ponto. Isso é uma coisa.
Agora, ficou impossível reverter a desvantagem na partida de volta?
É claro que não.
Embora tenha carisma e uma enorme tradição, o Nacional tem um time normal como tantos outros que estão por aí. Nem mais, nem menos.
Por conta da (natural) obsessão tricolor por um título internacional, às vezes tendemos a superestimar as equipes estrangeiras do continente.
Não, não tem nada de fácil. Aliás, se para o Fluminense nunca houve moleza em 116 anos, não seria em 2018 o oásis.
Acreditar no modesto – mas valoroso – time do Fluminense diante do desafio da Sul-Americana nada tem a ver com o cenário tétrico da “política tricolor”, entre aspas mesmo até que deixe de ser um festival de mentiras incensado por uma dúzia de picaretas e criaturas exóticas, mergulhado num rombo financeiro assustador e sem nenhum salvador da pátria a caminho. Com raras exceções, boa parte disso é digna de lixeira e só. O que falo é outra coisa, é da essência do time, da paixão, do resgate dos melhores sentimentos quando o assunto é o Flu.
Não deixemos apagar a chama do espírito torcedor.
Vai precisar de muita luta. Luta pacarai, por sinal.
Então é abrir a cortina do passado e buscar forças em tudo que já fizemos antes, mesmo com times humílimos. E acreditar, apoiar o time e deixar o resto de lado. Andar com fé.
Falando em resto, apesar do time poupado, é importante pontuar diante do Santos neste sábado. O Brasileiro ainda não está resolvido e mais: vai que o Flu empolga e briga por uma vaga de vez na Libertadores? Parafraseando Maurício Pereira, é mergulhar na surpresa.
Ninguém está enganado sobre nossas limitações, mas isso não exime nenhum tricolor de torcer pela sua própria natureza: o time que desafia definições e retorce intempéries. É isso.
Panorama Tricolor
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