Cinco horas e quinze minutos desta sexta-feira, depois de uma semana de cão (sofrido) em todos os aspectos e, claro, o Fluminense fora das quatro linhas, que é capaz de perturbar a vida de qualquer mortal, dado esse jogo chinfrim pelo poder que tentam tratar como política, mas que não passa de disputa pelo poder.
Meu WhatsApp tem mais de vinte mensagens sobre o assunto, enviadas por amigos, colegas e correntes. No inbox deve ter mais. Tem de tudo: reflexão serena, ruindade, ingenuidade, verdade ácida e, tal como disse aqui outro dia, os mesmos atores que, pela ação ou omissão, protagonizam este triste espetáculo.
Mais uma noite de sono ruim. Problemas, problemas, problemas, pensamentos. É claro que o Fluminense está nisso também.
Aí decido juntar todo o bololô e pensar em cinema. Que cena seria capaz de representar tudo o que eu penso?
Balanço, não balanço, rombo, mentiras, silêncios que dizem tudo; hipócritas que fingem nada ter colaborado para o que aí está; casuísmo; salvadores e diabos da pátria; salvadores da própria pele e, em torno disso tudo, a velha ralé querendo ser realeza de coisa alguma.
Lembrei do meu querido e eterno diretor em 2015 na empresa onde trabalho desde 1992, o Dr. Antonio Carlos, me olhando e espiando a revista Veja, onde então eu era citado covarde e criminalmente por causa de uma farsa montada contra o meu nome nas dependências do clube, que contou com a completa leniência dos senhores ex-siameses Peter e Mário. Depois de segundos de silêncio, onde eu entenderia até uma possível demissão por conta daquela aberração – meu cargo é de confiança e meu nome foi nacionalmente enlameado -, disse o diretor: “Paulo, não precisa se preocupar, eu sei quem você é. Pra falar a verdade, depois que você se meteu com esse negócio de futebol, até demorou para fazerem alguma sujeira com você. No que precisar, nosso departamento jurídico e o da Firjan estão à disposição, ok?”.
Sou eternamente grato a ele pelo senso de justiça e confiança. Tinha toda razão. O subsolo do futebol é podre.
Se eu, que não sou ninguém, levei uma bordoada dessas, imagino o que não tenha sido feito por conta do que aí está quicando a olhos nus: basta um lapso de lucidez por trinta segundos. E podem ter certeza: os próximos capítulos serão dramáticos.
Qual seria a cena?
Num estalo ela veio à memória, das melhores da história da sétima arte. Poeticamente representa tudo que eu penso sobre o que está acontecendo, de forma irônica, naturalmente (nem todo mundo entende ironia sem uma boa dica). Mas é a ironia quem melhor descreve este cenário “político” (entre aspas mesmo) do Fluminense.
Os quarentões e cinquentões certamente se recordam dela sempre.
Dedico esta cena de cinema a todos os sujeitos que usam o Fluminense como meio de promoção pessoal – ou escudo, conforme cada caso. Todos os traidores, todos sem exceção, do clube, da picaretagem, da internet, do entorno.
Protagonizada por Samuel L. Jackson em ‘Pulp Fiction’, esta fina ironia traduz bem o sentido figurado de toda a melecada feita no clube há anos (basta pesquisar em jornais velhos e lá estão as velhas novidades repetidas por ora).
Ezequiel 25:17 (diálogo)
‘O caminho do homem justo está cercado por todos os lados
Pela iniqüidade dos egoístas e a tirania dos maus
Bendito aquele que, em nome da caridade e boa vontade
Guie os fracos através do vale das trevas
Pois ele é verdadeiramente o guardião de seus irmãos e localizador de crianças perdidas
E eu vou derrubar sobre ti com grande vingança e raiva furiosa
Aqueles que tentam envenenar e destruir meus irmãos
E você saberá que meu nome é o Senhor quando minha vingança cair em cima de você’
De resto, que venha uma boa vitória em Salvador no domingo. Bom final de semana.
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Nosso camarada Thiago Muniz lança nesta sexta seu primeiro livro, “O desempregado do amor”. É na Casa Tuxi, em Botafogo, às 19 horas. Todos convidados.
Panorama Tricolor
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#JuntosPeloFlu
Imagem: rap