Quando a gente vai ficando velho, percebe que a vida se repete em ciclos. O tempo passa, mudam as circunstâncias, mas no todo, a história se repete.
Domingo à tarde, de volta ao Maracanã, um time (não mais um bando) de garotos e de reforços duvidosos tiveram uma atuação de encher os olhos, e deram uma surra de bola num Botafogo tonto e incrédulo com a atuação do adversário.
Há menos de duas semanas este time enfureceu a torcida ao ser eliminado da Copa do Brasil pelo possante Avaí do Guga. Ai, Abel arruma um trio de zagueiros, ressuscita Gum, promove o milagre de fazer Renato Chaves jogar (muita!) bola e fabrica um Ibañez. Na frente, Pedro, um garoto que no jeito de correr lembra o Washington, do Casal 20, e Marco Junio se completam. Pro meio, várias peças que provocavam a fúria da torcida, repentinamente viraram alternativas para a mudança de esquema durante um jogo. Gilberto, que causava ódio numa outra torcida, num esquema com menos responsabilidades defensivas, aparece para o jogo e vira peça importante no time.
Em suma: está montado ai um time para uns bons anos de felicidade. E que quase não aconteceu por causa do revés de Florianópolis. Se se houvesse demitido Abel, o Fluminense estaria hoje num momento de transição, recomeçando tudo, e provavelmente já teria se livrado de alguns jogadores – como esse Jadson – que hoje despontam como figuras centrais no elenco. A perda de dois dos principais jogadores do elenco – Cavalieri e Henrique – não se faz mais sentida. Julio Cesar teve uma atuação brilhante no clássico.
Paciência não é uma virtude dos torcedores. Queremos ver vitórias, campeonatos, ainda mais depois de anos duros como os últimos. No entanto, são incontáveis as histórias de times que tiveram sucesso ao persistir com seus comandantes, mesmo quando ocorreram insucessos. Abel é o centro dessa história. Tem a cara do clube, que é sua paixão, e conhece os caras que comanda. Há de chegar o dia em que o futebol brasileiro valorizará mais um técnico como esse do que os jogadores que atuam no time. Porque esses passam, se contundem e são produtos controlados por empresários que visam lucro. O técnico não. Abel é uma dessas exceções – um sujeito que certamente deseja de coração o melhor para o Fluminense. Como um Ferguson para o Manchester United. A comparação não deveria parecer exagero. Tomara que o deixem trabalhar.
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A maior vitória do diabo é convencer os outros de sua inexistência.
Segunda-feira, nove da manhã, dia seguinte à brilhante conquista da Taça Rio pelo Fluminense. Esse é o destaque dado pela versão online d’O Globo ao feito.
Infelizmente precisamos, volta e meia, repetir esse assunto pra lá de desagradável. Por absoluta necessidade. Uma das muitas razões pelas quais nosso país se encontra na situação caótica atual é o comportamento da imprensa. A associação de objetivos entre o Globo e o Flamengo é histórica e já foi tema até de teses. Walter Clark, diretor da Rede Globo nos anos setenta, flamenguista roxo, fala disso em seu livro autobiográfico. Todo o destaque é dado às conquistas da Gávea, inclusive ao hexa que nunca houve, “ganho” em partida perdida por WO. Mas não basta o destaque aos seus brilharecos. É preciso também depreciar as vitórias dos outros, fazendo-as desaparecer em rodapés de páginas, sob assuntos de nenhuma importância. O objetivo disso é construir, artificialmente, a superpotência Flamengo, a nação, o maior do mundo.
Muita gente nos acusa de loucos ou invejosos quando escrevemos ou falamos sobre isso aqui ou em outras páginas. Para esses, tudo isso é fruto de nossa imaginação fértil. Infelizmente a realidade passa longe disso. É preciso, portanto, combater esse combate, falando disso toda vez que um absurdo como esse é cometido. Nossos filhos são as reais vítimas desse estratagema.
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Com toda a honestidade: estou com medo do jogo de quinta-feira.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#JuntosPeloFlu
Imagem: cat
Keep calm…
Nós temos Pedro!
Vou descondar do amigo quando o mesmo se referiu a nota emitida pelo jornal, em relação ao título do segundo turno do campeonatocarioca/2018, conquistado pelo Fluminense.O nome do jornal é: O NOJO.