” Veloso, o sol não é tão bonito pra quem vem do Norte e vai viver na rua ”
( Belchior )
Moro na periferia, não é favela e nem comunidade, apenas uma casinha de classe média próximos a algumas comunidades, são aqui na minha cidade aproximadamente 300 mil habitantes, Grande Rio. Existem milhares de ruas e vielas aqui na cidade; hoje só posso andar com relativa segurança em meia dúzia delas e olhe lá.
Sair à noite só se for num único trecho de 200 metros de comprimento, toque de recolher e escutando as histórias no dia seguinte de roubo de carros e motos até ao ponto de arrastões em ponto de ônibus onde mal pagos trabalhadores perdem tudo, desde os cinco reais do lanche até o potente celular que custa quanto muito 300 reais.
Estou sitiado, estou agoniado, estou cercado, vivo em pânico, não por mim que sou macaco velho, vacinado e que já vivi bastante, mas por meus filhos e entes queridos que se arriscam fora de hora por essa Sodoma e Gomorra de sangue pó, crack e maconha.
A polícia vive mais assustada do que nós, pois além dos marginais que os recebem sem cerimônia à bala, ainda tem que se blindar das armações, das ONGs, dos promotores e delegados que muitas vezes mais preocupados com a imagem, preferem praticar um desserviço à sociedade.
Aí aparecem professores xaropes de esquerda pra cagar no pau e abrir uma corrente pensante e denunciante com delírios e devaneios comparando uma intervenção que nem sei se vai ser boa ou ruim, mas ao menos é algo com o golpe de 1964 e outras pirotecnias sociológicas.
Essa turma até hoje vive dessa porra desse golpe de 1964; graças a ele a esquerda ou a pseudo esquerda governou 13 anos e mesmo com inegáveis e palpáveis conquistas no campo sócio econômico ,a porra da violência disparou enquanto essa turma, normalmente morando bem e ganhando melhor, ainda continua vivendo desses farrapos ideológicos.
Não, não, Bolsonaro, tenho nojo dele, acho ele um imbecil, porém sou de esquerda mas vivo aqui, não vivo de frente pra praia, em centros acadêmicos ou em refrigerados estúdios desfilando pomposos curriculuns de como deliberar sobre a vida alheia sem viver a vida que essa gente vive.
É esse o retrato antagônico entre um esquerda chão de fábrica como eu e os identitários da new left, todos antenados nas causas das minorias, sempre prontos a encaixar uma teoria mirabolante para justificar o crime de um bando de psicopatas, todos se lixando para as vozes das ruas, mais interessados em adaptar o frama alheio as próprias teses.
Continuo achando o Temer um bandido, continuo achando que o PCC pode indiretamente ser o beneficiado, mas já que em 13 anos o bloco que eu apoiei não fez porra nenhuma em relação a isso, espero agora de forma crítica ver o desenrolar das ações, e acho que os maconheiros poderiam dar a sua contribuição, pois além do helicóptero do Aécio o teu baseado também faz parte da situação…
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#JuntosPeloFlu
Imagem: rg