Para virar a chave do Flu (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, é hora de todos nós virarmos a chave. Apesar dos pesares, o Fluminense vem de quatro vitórias consecutivas e, no último jogo, na cipoada que impusemos ao pobre Salgueiro, foi possível notar uma evolução nítida em relação ao time pré-Carnaval. Apesar da panela do Abel, que não põe pra jogar os melhores por receio de perder o grupo (?), o time parece que vai dar liga. O entrosamento melhorou muito, os passes que errávamos em profusão começaram a ficar precisos e o time jogou, finalmente, com desenvoltura o bastante para conseguirmos chamar o esporte praticado por ele de futebol. O resultado? Cinco a zero.

Sornoza aparentemente estreou (foi bom saber que o drama familiar que ele vivia sem que ninguém soubesse já acabou), e será bom que mantenha o nível, pois precisaremos demais dele, bem como do Jadson e do Richard (com Airton revezando), pois não temos substituto para o equatoriano, e vimos como a marcação afrouxou depois das entradas de Mateus Norton e Marlon Freitas, que não têm o mesmo nível e precisam de mais rodagem. Gum e Renato Chaves andaram espanando algumas bolas, mas não comprometeram porque o adversário contribuiu. Ibañez sobra nesse setor. Precisamos muito de um reforço para a zaga. Não entendi a opção por Marlon, já que Ayrton Lucas estava indo bem, mas o ex-jogador do Criciúma teve boa atuação, bem como Gilberto.

Aliás, para ser justo, é preciso reconhecer a partidaça de Gilberto. Esse rapaz estava realmente “possuído”. Eu o espinafrei bastante, mas nesta partida ele deu um show. Como a esperança é a última que morre, anseio que ele mantenha-se jogando nesse nível, até porque agora tem a concorrência de Léo. Robinho esteve muito bem também, e já está pedindo passagem. Seria titular se o Abel não insistisse tanto com o… Pedro. Sim, sei que Robinho geralmente substitui o Marcos Jr., porque ambos têm características até similares, mas eu tentaria adaptar o Robinho para jogar junto com o Kuririn das Laranjeiras, porque está difícil para o nosso camisa 9. De todo modo, ele merece um parágrafo à parte.

Pedro foi uma sensação na base. Eu mesmo cheguei a defender sua entrada no elenco do Flu (e às vezes até no time, quando Fred não pudesse jogar) nos idos de 2015, por entender que ele precisava pegar ritmo e se acostumar aos profissionais. Aparentemente eu estava certo, pois três anos depois, em 2018, Pedro ainda não se acostumou aos profissionais. Por vezes ele me parece que tem visão de jogo, bom passe, categoria e bom arremate. Em outras ele parece atabalhoado, mata mal a bola, não consegue ganhar uma bola sequer (pelo alto ou por baixo), tampouco se posicionar para fazer o pivô (que fez muito bem no quinto gol tricolor contra o Salgueiro). Ele me divide. Não sei se vale a pena insistir com ele até o fim do ano sem ter ninguém para brigar pela posição.

Pela primeira vez no ano, Abel me convenceu que realmente treinou esse time. Não só os jogadores, ele também estava devendo uma atuação convincente da equipe. Embora eu não goste do esquema com três zagueiros, aos poucos ele está fazendo-o funcionar. Se tivermos os jogadores certos, acredito que esse esquema rode. A zaga ainda é frágil. O ideal seria termos outros dois jogadores ao lado de Ibañez para compor um trio mais sólido. Um meia titular de qualidade para fazer companhia a Sornoza (ou substituí-lo quando for preciso) é extremamente necessário, além de um centroavante experiente para brigar pela posição com Pedro são os ajustes que faltam para termos um time minimamente competitivo e que não vai apanhar dos outros grandes.

Tivemos menos de 3.000 presentes no Engenhão para acompanhar essa partida. Eu mesmo acabei não podendo ir devido a problemas pessoais que tiveram relação íntima com o dilúvio que se abateu sobre o Rio de Janeiro na última quarta-feira. Tenho certeza que se não fosse a hecatombe ocorrida no dia anterior à partida, teríamos uma melhor presença de público. Porém, a Taça Rio está aí, e nossa estreia será contra o Bangu, em Moça Bonita, às 16h30 de uma quarta-feira… é complicado também cobrar comparecimento da torcida tricolor quando a FFERJ não colabora e a nossa diretoria aceita passivamente os dias, horários e locais de realização dos jogos. Para cobrar da torcida um engajamento, é necessário bater o pé e criar condições para que os tricolores possam abraçar o time e embalar a caminhada.

Enfim, o vento virou. As nuvens negras começam a se dissipar e o time que já era dado como pré-rebaixado começa a dar mostras de que não será bem assim. E tenho certeza que o Fluminense calará as bocas imundas dos falastrões de ocasião, que palpitam sobre uma eliminação nos pênaltis para um time que vinha de duas goleadas, e depois são obrigados a engolir o show verde, branco e grená dentro de campo, com direito a golaços. Muita água ainda vai rolar, muita coisa ainda vai acontecer, e realmente não ajuda nem um pouco o nosso desespero. Vamos seguir apoiando, ainda que não nos furtando às críticas, o nosso eterno amor. Se nós não o fizermos, ninguém fará.

Curtas:

– O mínimo que Abel deveria fazer para justificar a ausência de De Amores, contratado há mais tempo que Rodolfo, no banco de reservas dessa última partida é vir a público dar explicações. É inadmissível a continuidade dessa panela no Fluminense.

– Nosso adversário na Terceira Fase da Copa do Brasil ainda será definido, e será Juventude ou Avaí. O jogo entre eles será apenas na próxima quinta-feira, o que quer dizer que provavelmente só voltaremos a campo por esta competição em março. Hora de focar na Taça Rio.

– Falando em Taça Rio, a segunda rodada acontecerá no próximo sábado, e será contra ninguém menos que o Mais Ajudado do Brasil, que provavelmente conquistará a Taça Guanabara neste domingo (ou será que não?). Eles possivelmente virão como favoritos, com um lobby insuportável a favor deles. Está muito distante ainda o dia da partida, mas vou chutar um placar: 3 a 0, hat trick do Pedro. Podem me cobrar.

– Já o nosso adversário de quarta, o Bangu, não é moleza: os caras só perderam uma partida, que foi para o esgoto da Gávea e pelo placar mínimo. Entrar com atenção, jogando sério e entendendo que o time deles é mais forte que o do Salgueiro é a receita para uma boa vitória. Aposto em 2 a 0.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#JuntosPeloFlu

Imagem: alô

2 Comments

  1. Comentários adicionais:

    – Acabei esquecendo que Ayrton Lucas estava machucado, e por isso Marlon o substituiu.

    – Na situação do árbitro de vídeo, esqueci de mencionar a naturalidade com que Abad tratou a venda de mandos de campo e da simpatia pela grama sintética (claro que seria injusto prejudicar o Atlético-PR). É muito ruim jogar fora de casa mais vezes que o necessário, e nosso CT não possui nenhum campo de grama sintética para a habituação dos jogadores. Que seja construído, no…

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