Derrubar adianta? (por Márcio Machado)

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Creio eu que, satisfeito com a situação financeira atual do clube e o time, ninguém está na torcida do Fluminense. Xingar o presidente de plantão – que tem sua responsabilidade, mas não sozinho – faz vem à saúde, relaxa, mas, sinceramente, sua renúncia faria bem ao clube? Não sei.

Impeachment é impossível.

O fato é que a crise financeira provocada por diversas gestões ruins em sequência, com destaque para a última de Peter Siemsen – na qual o atual mandatário foi presidente de Conselho Fiscal – impossibilitou maiores voos nessa gestão para qualquer um que lá estivesse. Acho até que o trabalho feito de reestruturação do clube tem seus méritos, mas o torcedor comum realmente não tem que saber disso; ele quer é time forte e reclama.

Contudo, parte dessa crise é um tanto artificial.

As chapas derrotadas na eleição passada – uma, muito ligada a torcidas organizadas, e a outra a um site importante de cobertura jornalística do Tricolor – empurram com mobilização, puxando gritos na torcida e marcando protestos, inclusive coisas tristes como a da semana passada (que servem mais à desmoralização externa do clube do que a uma mudança sincera).

A correlação de forças no Conselho Deliberativo sempre dá grande força ao governo de plantão. Mesmo que os aliados à Flusocio saíssem e se aliassem, não teriam força pra derrubar Abad.

Uma solução possível – e sonho de muita gente na arquibancada – seria a renúncia, mas tenho sinceras dúvidas se ela pacifica o clube de verdade. Colocam muito na conta da Flusocio tudo de ruim que ocorre no clube, mas o MR21 do vice-presidente geral Cacá Cardoso (que assumiria) está longe de ser figurante no governo – tem o vice de finanças, por exemplo.

Tenho quase certeza de que não mudaria o suficiente para asatisfação do torcedor e não dá para afirmar que isso acalmaria a política do clube: correríamos o risco de estarmos oferecendo ‘suco de caju’ a outra pessoa, jogo após jogo, pois a pressão dos candidatos derrotados seguiria.

Casos de legitimidade política só se resolvem com eleições, e na data correta delas. No nosso caso, é importante todos os sócios compareçam e votem, especialmente o ST: deixar a decisão para o sócio contribuinte (que tem outros parâmetros de avaliação) e ficar reclamando depois não dá.

O mesmo vale para quem precisa desses votos: que os mobilize no tempo adequado, ao invés de querer desestabilizar o clube depois.

Não faz bem ao Fluminense e nem a eles, apesar de certamente acharem o contrário.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#JuntosPeloFlu

Imagem: pan/mm