Nada além do impossível (por Walace Cestari)

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Valha-me o verde, qu’esperança não é coisa que se perca. Mas quanta desação no primeiro tempo do Fla-Flu! Tenho receio de todas as consequências que uma derrota traz: se saímos atrás, ficamos atrás. Esse time é incapaz de dançar o vira. Viração danada que em nada ajuda a embarcação a aventurar-se nos mares da ousadia, onde se buscam as conquistas.

Os olhos são as janelas d’alma, já disseram tantos poetas. O olhar de Abel parecia buscar pares na mesma sintonia em campo. Mas foram poucos. Havia olhos ceifadores carregados de um sangue fervente. Mas a seu lado, água e água na fervura. Toque-lá-toque-cá, tique-taca… titica.

Desapontação total para todos os lados, menos o gol. Desapontados todos: torcedores chateatristes e jogadores sem pontaria. Na ponteira da flecha, se falta o alvo, a seta mata o nada. E o nada é coisa nenhuma nas quatro linhas. De nada vale ter o balão e não fazê-lo ir ao encontro da estopa. Chutem! Onde está a ordem para a infantaria? Atirem! Mas, infantes infantis armados de festim em uma festa chinfrim sem finalizamentos à baliza.

Como tirar doce de criança, o time da Gávea entende o que significa o derby. Arre, aguirre e corre. Sua sangue, deixa a alma no gramado. Ou então – como sugeri – nem vai à batalha. Convoca juvenis e bota para provar desimportância da tacinha. Mas, se a escolha é outra, não pode haver glória sem a entrega total.

Mas – vá lá – que faça bem mais esta derrota. De todos os porquês, o mais sensato é aquele da razão do esforço para o próximo desafio. Contra os baianos da Boa Terra não se pode aceitar outro resultado senão a vitória. Se não… quantos senões existirão?  Diga trinta e oito. A saúde não parece boa. Ainda precisamos nos salvar e isso forçosamente significa empurrar as três cores baianas para baixo na tabela.

É em casa, sem desculpa. Chega de mostrar no jogo o-que-a-gente-sabe-fazer-com-toque-de-bola. Finalizem. Precisamos de gols. Feios, chorados ou ceifados. Vencer é mais importante que a plástica. O derby passou e fiquemos com a lição de que precisamos correr mais. Não adianta pressionar se não houver atitude. Não altitude. Mas do alto da arquibancada não se sentiu o cheiro do suor. Fedam. Inda que nem exista essa conjugação. Mas, não pedimos nada além do impossível. É por isso que somos Fluminense.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: cw

 

2 Comments

  1. “Não pedimos nada além do impossível”, apenas que joguem bola com a mesma maestria que os nossos cronistas jogam com as palavras.

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