Primeiro jogo com o placar perigosíssimo, segunda partida fora de casa e com a dificuldade da tão temida altitude. O que seria de nós?
Beirávamos quase o Natal e esse danado dia que não chegava. Há tempos eu não sentia o coração tão disparado e, mesmo sabendo que o nosso time não passa confiança alguma, lá estava aquela pontinha de esperança que resume a vida de um torcedor.
O desespero de uma apaixonada em horário de trabalho, tentando ouvir pelo rádio, suando frio e quase implorando o oxigênio que o Fluminense havia levado. Meu coração sendo testado pela milésima vez… Era a hora em que definiríamos o nosso futuro.
“O time da LDU está ruim”, diziam alguns, mas o nosso, estava pior. Elenco que não marca, não consegue sair da marcação, não cria, erra passes o tempo inteiro, sistema defensivo pífio e ainda sem Henrique Dourado. Só acha que a Brasil é maior Avenida do Rio de Janeiro quem ainda não conhece o Leo.
Mas essa pedra no sapato precisava ser chutava pra bem longe, era questão de honra… Não apagaria 2008 e nem 2009, mas seria o fim de um fantasma que nos perseguia.
Saída para casa com os ouvidos colados no radinho do celular, a cada lance, a alma se despedia do corpo. Até que saiu um, dois gols da LDU. Era quase decretado o fim de mais um sonho… De novo, não!
Cadê os tricolores do céu? Cadê o João de Deus nessas horas? Cadê qualquer ajuda que fosse?
Não acreditava que mais uma vez isso iria acontecer, foram cerca de trinta minutos de desespero no meio da rua e no transporte. Foram trinta minutos implorando a João de Deus que colocasse a mão naquela partida. Em cada lágrima que queria cair, um pedido desesperado que o rumo da história fosse mudado. Dane-se o futebol feio nessa hora, era apenas um gol… UM GOL!
Em meio a tantas orações, já não ouvia nada a minha volta, nem mesmo o narrador. Antena que cismava em falhar, até que lá no fundo foi ouvido um grito de gol. O coração parou por alguns segundos temendo ser mais um deles e o sinal que voltava a falhar, uns dos segundos mais desesperadores… João de Deus me ouviu, os Tricolores lá de cima ouviram, gol do FLUMINENSE! GOL DO FLUMINENSE!
Nessa hora a vontade era gritar dentro do ônibus, era abraçar quem estava do lado, era sair correndo de felicidade. Cheguei em casa segundos antes do apito final e a alma havia sido lavada… Aquela mesmo que havia se desprendido do corpo pelo menos umas cinquenta vezes.
Finalmente a pedra havia levado uma bicuda pra bem longe, finalmente havíamos colocado esse fantasma para correr! Nada é mais forte que a fé e eu sei que foi você, João de Deus! A classificação é sua, SEJA BEM VINDO, continue abençoando esse povo que te ama!
Adeus, fantasma!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @isefinato
Imagem: ilopes
Legal o seu texto, emocionante!!!
Acho que você transmitiu o que se passou em cada coração tricolor!
Até chorei de emoção!!
Saudações Tricolores!!