O sheik fake (por Alva Benigno)

Car@s leitor@s, foi Chiquinho Zanzibar quem fez o lobby para a contratação da polêmica empresa de segurança. Como Chiquinho não conseguiu entrar pro Sobranada, mesmo depois de ligar pro Antônio Careca Lutador O Gonzalez e revelar a urucubaca que lhe haviam feito, a ordem era dar porrada mesmo.

Chiquinho diz que não é gay. Ele é vontade de gozar, puro desejo do que ele estiver de fazer quando acorda. Seu tesão é uma metamorfose ambulante na madrugada carioca.

No meio da enorme confusão, escuta: “Quem fica de pau duro para cu de homem é VIADO!”. A homofobia não lhe diz nada, porque ele não liga pra invejosos de seu modo de viver. Começa um debate filosófico sobre o ser, muito longo pra ser discutido aqui, numa só coluna. Ainda assim, um dos líderes do grupelho de homens viris que recusa a filiação de Zanzibar fala, em alto e bom som, ao final do enorme tumulto: “Só te alivio porque você come o Agnaldo Happybath e ainda caga na boca dele!”

Chiquinho está revoltado com a bypassada que levou de Contracheck. Ao se sentir desfavorecido por Antônio e Contracheque, começa a elocubrar como irá furar as novas barreiras postas imediatamente pelo CIO. Chiquinho Zanzibar resolve tentar sabotar a negociação com os árabes franceses, da promessa de craque que ele mesmo nunca levou fé. No fundo, com seu preconceito, Zanzibar pensa que se trata de um pagodeiro funkeiro peladeiro pobre que acerta uns lances e dá sorte na vida, pra alegria de empresários e amigos de ocasião. Não pessoas brancas do bem, em nome da tradição e dos bons costumes, como o próprio Chiquinho.

Nosso personagem de extremo paradoxo ético aciona seu bom e velho parceiro da Baixada Fluminense, Arcanjo, e programa uma grande suruba ninguém é de ninguém pro pretenso craque. A ideia é fazer seus desejos eróticos serem realizados para render o mínimo possível em campo, e colocar uma pulga atrás da orelha dos donos dos democráticos petrodólares da Marselhesa.

O recado foi claro: porrada no Careca e em quem estiver com ele, até o final do ano, no Maracanã. A cada jogo, quem decide o staff da segurança é Chiquinho. O CIO nem desconfia disso, nem do autor do canalha bilhete apócrifo que chegou em suas mãos, pelo garçom michê do camarote: “Nunca torci por você. Me masturbava no antigo Maracanãzinho vendo suas coxas grossas. Bem vindo ao Fluminense, com facetas que nenhum MBA será capaz de preparar CIO algum pra encarar. Aprenda a primeira lição, de quem manja das coisas: CIO de koo é rola suja!” Zanzibar estabeleceu critérios claros pra escalar os seguranças afro. Primeiro, viu o falos erectus de todos eles. E os analisou com muito tato.

Pra completar a trama, Zanzibar aciona Happybath, lhe convidando para a sabotagem erótica. A senha era provocar uma crise sem precedentes na nova gestão, e ganhar um levadinho em petrodólares – nunca dá ponto sem nó. Zanzibar lhe prometeu uma reunião com os sheiks mais efeminados. Um ex-bofe de Zanzibar é maquiador de estrelas internacionais. De passagem pelo Brasil, estava no glamour do Copacabana Palace, bem na frente do imponente prédio de Chiquinho. Não foi difícil convencer o malandro de lhe produzir com as feições de um sheik árabe de Hollywood, com cavanhaque delineadíssimo. Havia alugado uma fantasia perfeita de rei dos emirados. A pegadinha das pegadinhas estava sendo construída.

Havia marcado com Happybath, o pseudo novo craque da capital da guilhotina civilizatória, seu pai mala, e uma intérprete dessas de parar o trânsito. Chiquinho Zanzibar falaria em francês com sotaque. No restaurante chique da Barra da Tijuca, lá estavam eles. O sheik árabe estava se apresentando como verdadeiro dono do PSG. Queria tratar diretamente com o jogador e um advogado indicado pelo seu homem de confiança, nada mais, nada menos do que Monsieur Zanzibar. As cifras, segundo a tradutora gostosa de dar dó, eram o dobro das divulgadas na mídia. Happybath finge entender do tema, pega os contratos de mentira feitos a pedido de Chiquinho para outro ex-bofe, conhecido estelionatário das ruas do centro do Rio. Happy, com sua pompa de quem faz silêncio acerca de negócios obscuros envolvendo perebas de toda a natureza, diz que o negócio só sai se ele tiver, na mão, um levadinho de 30%. O sheik diz que não era problema seu. De acordo com as partes, se concordassem, selariam o acordo numa festa privê. Tudo bancado pela realeza dona do clube parisiense, do bom e do melhor. Happybath ria muito: afinal, era a sua volta por cima! Todos foram pra um motel na Baixada Fluminense, cedido gentilmente por um amigo do bicho, tricolor nato, que admirava a astúcia de Chiquinho Zanzibar e sempre ergueu a mão pra ajudar na lavagem da bufunfa.

Lá estava mais um convidado VIP, por uma promessa de levadinho. Um blogayro que se coloca como uma espécie de Ibrahim Sued das quatro linhas, elogiando e malhando jogadores e técnicos com interesses egoicos, mesquinhos, travestidos de estudos de escáute. Era parte da corte enrustida de Happybath, que lhe promete mundos e fundos numa futura era, sendo que alguns de seus vilões especialmente convidados ficam de fora da convocação para o torneio sexual, como ZacaTox, Frank, Cuca e Fiofó Guloso.

No motel, a suíte principal era toda do sheik. Arcanjo havia levado os amigos abutres do suposto craque. Era a promessa de grande orgia. Para dar mais credibilidade à trama, Chiquinho Zanzibar, o sheik de ocasião, havia levado secretamente nada menos do que um importante ministro do STF. Homem branco, casado, vovô, rico, meritocrático, do bem, e que adorava comer de costas um salame grosso. Combinou com o safadinho de toga de que ele daria total aval ao contrato, e esculhambaria HB e seus básicos conhecimentos jurídicos. O que Happy faria diante de uma figura assim? Um trono havia sido colocado. Dali, o sheik 171 coordenaria as ações. Todos chegam em dois carros blindados. O sheik toma seu lugar. Os convidados já o esperavam. Ele diz, através da tradutora, que Monsieur Zanzibar em breve chegaria pra fechar tudo.

Enquanto isso, que o contrato fosse lido, ao som da gargalhada imponente do Careca. Happy e Ibra Sued do escáute começam a sentir cheiro de cambalacho no ar. O ministro lê, diz que está tudo certo, é que aquele não era um jogo pra um pereba dos tribunais, um amador metido a crack. O sheik diz: que entrem as travestis! O jovem atleta de Paris está excitado. Bebidas e outras substâncias são servidas pelas travestis, nuas, garçonetes da festinha. O teu, Happy, é especial, diz o ministro tão respeitável. À essa altura, ele já era acariciado por gente que fazia a segurança do Maracanã, pessoal de Zanzibar. O sheik 171 só observa. As travecas cercam Happy e Ibrahim com muito amor que não ousa dizer seu nome. A resistência dos dois vai ficando de lado. Ereção vista de longe pelo sheik. Os amigos abutres já estão cheios de talco, sem falar coisa com coisa. O mundo está de ponta cabeça. O sheik diz: que entrem as putas e os michês! Elas não fazem a cabeça de ninguém. O clima era de esgrima do sexo. Os michês completam o time das travestis. E as putas acabam se entendendo entre si.

Happy, ainda embriagado de tesão, pergunta pro sheik 171: por onde andará Chiquinho Zanzibar? Ele grita: todos, fiquem em seus lugares! Calem a boca! Chiquinho Zanzibar está chegando. E vai tirando a máscara, rindo junto com a risada do Careca. No telão, começam a passar vídeos de todos os perebas contratados por Happybath, e de malas de dinheiro ganhas por Chiquinho Zanzibar com as negociações dos mesmos. Uma entrevista de Contracheck agradecendo os serviços de Chiquinho. Ele grita: “Seu arrogante de merda, player enganação! Nunca você passará Chiquinho Zanzibar pra trás! Sua vida no PSG será um inferno. Burro jumento do caralho, não sabe nem quem será seu patrão. Essa corja de pseudo amigos vai te ajudar a afundar na merda, pior do que Happybath e Ibrahim. Você está jogando de sacanagem, que estou te manjando. Agora, sem mim, essa negociação não sai, entendeu? E se continuar a entrar em campo manchando o nome do meu Fluminense, de salto alto, você vai arrumar o maior filho da puta de todos os tempos como inimigo: eu!”

(continua…)

Panorama Tricolor

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