Oi, pessoal.
Ao ler, ontem, que Abel compareceu ao treino e trabalhou, três dias após receber a notícia mais devastadora e dolorosa da sua vida, exclamei: “- Meu Deus! Ele foi!”.
Fiquei imaginando sua esposa.
Certamente, a senhora Claudia pensou que para seu companheiro de vida seria melhor voltar ao ambiente de trabalho para ser abraçado pelo amor do futebol.
A dor da perda pede silêncio, prece, lágrimas e amor.
E presença.
Sábado, estarei no Maracanã, em silêncio e prece, as lágrimas deverão aparecer porque ver aquele homem de sessenta anos, a corporização de um guerreiro de coração limpo e sincero, já tão admirável, em dor profunda, esmorecido, mas ali, de pé, mesmo arriado, demolido, vencido, é, por si só, comovente.
É de pé que Abel quer ver os jogadores do Fluminense essa noite, no difícil jogo contra o Sport-PE, em Recife.
É de pé que Abel quer ver o Fluminense ficar.
E ficaremos: eretos, apesar da sua dor e abraçados a ele.
Hoje será um jogo atípico.
Claro que queremos a vitória e tenho certeza que os jogadores do Fluminense entrarão em campo diferentes, porque uma vitória, essa noite, terá um significado singular.
De pé, apesar de destroçado, mas ali, presente: assim estará Abel à beira do campo.
De pé, e por ele, que nossos jogadores nos representem e joguem como ele gosta de ver.
Sábado, estaremos todos juntos. De pé, mas, sobretudo, com o único sentimento que enfrenta de igual para igual a agudez da dor, o amor.
Mesmo que seja o amor de uma multidão desconhecida, mas será o nosso amor, do torcedor do Fluminense.
Até sábado, no Maracanã, com amor, abraçando Abel, João Pedro, Fábio e dona Cláudia.
“O resto é silêncio.”
Panorama Tricolor
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Imagem: buc