Nesta quinta jogaremos contra o Grêmio, que é talvez uma das três equipes mais em forma no Brasil… ou seja, pela frente teremos uma pedreira. Vencer é imprescindível principalmente para não nos distanciarmos mais do primeiro colocado.
Está claro que será um jogo dificílimo, principalmente pelo fato de estarmos com o time desmontado, esmigalhado. Juntando os cacos entre tantas lesões, em sua grande maioria, traumáticas e ósseas… sem essa de culpar o Departamento Médico, os fisioterapeutas, os fisiologistas ou massagistas. É preciso ter calma nessas horas. Incendiar o puteiro na maioria das vezes não é a melhor solução.
Ganhar… todos nós queremos que o Fluminense vença tudo o que DISPUTAR. Estamos com pontuação de quartos colocados com um time de garotos sobreviventes a esse calvário de lesões. Infelizmente são fases. O futebol em si na maioria das vezes te faz conhecer a outra fase da moeda. Ninguém escreveu, em nenhum momento da história do esporte bretão, uma trajetória só de vitórias, mas sim de muitos sucessos.
Só se constrói o Fluminense com inteligência.
Os anos de 1981, 1982 e o começo de 1983 foram tempos de muita miséria, de muitos tropeços. O Fluminense cheio de contratações fantasmas, com jogadores denunciados em escândalo da Loteria Esportiva, com um circo dentro do campo, com treinador durando menos de um mês, derrotas humilhantes para times pequenos (3 a 0 para o Campo Grande, em pleno Maracanã, por exemplo). Uma vitória aqui, outra acolá, quando começava a empolgar se fazia acompanhar por uma ejaculação precoce, nenhuma final nem de turno. Um clima muito pesado.
Ali então, com uma Fôrça Flu, com um peso que a marcou pelo resto da sua história, como elemento de transformação, de contestação, de luta… Eram dias em que o futebol do Fluminense não era o mais importante para as pessoas que o dirigiam. Poucos se lembram disso.
Peitamos, batemos de frente, enterramos na geral, na porta do clube, fizemos passeatas em tempos de ditadura, pichamos dezenas de vezes.
Os muros da Pinheiro Machado e da Álvaro Chaves eram os nossos Facebooks, Twitters, Instagrams, Orkuts de então. Sabíamos que era a única forma de fazer saber a nossa insatisfação.
Com um grande diferencial: com MUITA INTELIGÊNCIA, no tempo certo, na intensidade necessária, com MUITA ATITUDE. Como revela a foto acima, é assim que a gente se movia. Irônicos, duros, leais.
Repito e repito mais uma vez o que sempre disse: as torcidas organizadas do Fluminense, assim como os seus movimentos populares, têm todo o direito de cobrar, de se manifestar, mas que o façam com a inteligência que os tempos modernos exigem, e sempre com a correta leitura do conteúdo.
Pichar em tempos de Ditadura é uma coisa, feria o contexto, abusava da normalidade, transgredia. Pichar hoje tem menos alcance do que qualquer rede social. Mas pichar continua sendo válido. Mas que se faça com MUITA INTELIGÊNCIA, no tempo certo, na intensidade necessária, com MUITA ATITUDE.
O Fluminense necessita de unidade e ela só vira com muita inteligência, com muito debate, com muito diálogo. É preciso que as torcidas organizadas, que os movimentos populares, o torcedor comum, se conscientizem que só no esforço de todos é que conseguiremos fazer o Fluminense caminhar sempre para a frente.
Reivindicar, questionar, sugerir, torcer… tudo isso faz parte do currículo obrigatório do que é “ser torcedor do Fluminense”.
Pichar “Time sem vergonha”, sem trocadilhos ou trocadalhos, é literalmente uma vergonha. Claro desconhecimento do que se pode ver a olho nu.
Sem vergonha foi em 2013, 2014, 2015 e 2016 (apesar da Primeira Liga)… Ou está dentro da normalidade não vencer NENHUM dos últimos 10 jogos no campeonato brasileiro passado? Ou as derrotas por 5 a 2 para o América de Natal e de 4 a 1 para a Chapecoense, ambas em pleno Maracanã, podem se comparar com o futebol apresentado atualmente? Ou será que alguém pode acusar esses garotos de falta de transpiração?
Se não percebeu ainda que a vibe é outra, vai lá no São Paulo e pergunta para a torcida dos caras o que eles acham do Cícero.
O bom de ter vivido 1981, 1982 e o começo de 1983, foi o que veio depois, recompensa e glória, escrever a história, um tricampeonato carioca e o bicampeonato brasilero.
E então, a mesma torcida que cobrou, soube lutar junto e aprendeu que só se conquistam títulos com sacrifícios. E na convocação para a união de todos.
FÔRÇA FLU: UNIDOS POR UM FLU FORTE!
Papo Reto:
– Na história do Richarlison os grandes culpados foram os seus empresários. O erro do clube tem data do início de 2016. O jogador, o time e os torcedores, foram as vítimas;
– O Flu-Memória acabou de protagonizar um feito histórico… no mesmo crowdfunding, o da FLUFEST 2017, foram bicampeões. O trabalho realizado por este departamento é uma clara ressonância do Fluminense que dá certo e em time que está ganhando, mexidas somente as justas e mesmo assim se necessárias. Questão de reconhecimento;
– O Social do Fluminense começa a dar sinais de renascimento; a Festa Junina realizada no sábado passado foi um golaço de evento e de audiência;
– O Fluminense necessita se entender definitivamente com as suas torcidas organizadas, desde que estas se coloquem com ‘open mind’ para os tempos que correm;
– O Estatuto deve ser cumprido;
– O Fluminense necessita de uma Vice Presidência Comercial;
– Amanhã é dia em que o incentivo tem que durar 100 minutos direto, nossa torcida dará outro show.
O Fluminense necessita não perder o tempo, urge a aplicação imediata do plano de gestão, fundamentado no relatório que está sendo apresentado pela Ernst&Young. É imprescindível seguir os passos corretos, olhar para a frente, sem divisionismos (quem quiser bancar o analfabeto funcional que o faça). A estrada será longa, mas só assim poderemos competir de igual com que já se encontra em outro patamar administrativo.
Coloquem na cabeça uma coisa o inimigo está lá fora… se chama Corinthians, Flamengo, Vasco, São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio…
Aprendam: UNIDOS POR UM FLU FORTE!
De resto, já que falei em FLUFEST, um pouco do Tricolor Paulo Ricardo, em Rádio Pirata…
“Disputar em cada freqüência… O espaço nosso nessa decadência… Canções de guerra… Quem sabe canções do mar… Canções de amor ao que vai vingar!
Toquem o meu coração… Façam a revolução… Que está no ar… Nas ondas do rádio… No underground repousa o repúdio… E deve despertar!”
Mãos à obra todos! E o primeiro passo é logo mais!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: acervo gonzalez
Bela coluna; escrita, sobretudo, com alma tricolor.
Muito obrigado Ulisses!
Abs
ST
Antonio Gonzalez