Fluminense 2 x 1 Vitória (por Paulo-Roberto Andel)

Em dois minutos seguidos, aconteceram dois dos três lances mais bacanas do primeiro tempo do Fluminense contra o Vitória neste sábado no Maracanã. Primeiro, a bela jogada ensaiada em cobrança de falta, que colocou quatro homens tricolores em posição de gol, mas desfeita por mais um erro de marcação de impedimento – céus. A seguir, o chute de Scarpa que resvalou no travessão. Antes disso, um jogo morno com alguma movimentação mas nenhuma infiltração. De nova, a escalação com velhos conhecidos: Júlio César, Renato e Reginaldo.

Os dois lances foram bons presságios. O terceiro veio em seguida, aos 32 minutos, em uma bobeada da saída de bola do Vitória. Richarlison, que não tem nada com isso, ajeitou na frente da área e bateu no cantinho esquerdo, 1 a 0 para tranquilizar o time. O primeiro a comemorar efusivamente o gol no banco de reservas foi Cavalieri, ressalte-se.

Depois da abertura do marcador, a movimentação continuou, mas sem lances perigosos. O Fluminense venceu o primeiro tempo com eficiência, mas sem brilho, além de exagerar nos passes errados. O árbitro Ricardo Marques, com seu estilo Pink Panther de arbitrar, não comprometeu, exceto no incrível escanteio que não deu em jogada de Lucas aos 38. Henrique andou dando bobeadas na defesa; Leo, em tudo.

No começo do segundo tempo, em falha de Alan Costa, a bola sobrou na marca do pênalti para Henrique Dourado. Canto direito, estopa inconteste, 2 a 0, o Fluminense redivivo no Brasileiro. A torcida, que já apoiava desde o primeiro minuto, passou a cantar ainda mais forte. Aos 19, o Vitória ameaçou, mas Júlio César abafou para escanteio. Em seguida, o time rubro-negro descontou num belo passe de Neílton – batendo quatro jogadores nossos, logo após ter entrado em campo – para o ex-tricolor Kieza, que bateu em diagonal e fez o primeiro gol de seu time no Brasileirão.

Neílton colocou o Vitória de novo no jogo, mais ofensivo. Para o Flu, restava atacar e principalmente ganhar o meio de campo. Aos 31 minutos, em ótimo corta-luz de Richarlison, Wendel quase marcou o terceiro gol, evitado pela defesa de Fernando Miguel. O Fluminense colocou pressão no jogo e realizou vários ataques, então com Matheus Alessandro em campo, mais um nome da base. Richarlison saiu depois de cãibras e muita pancada. Marcos Jr. também em campo. E Wendel pediu substituição, sendo trocado por Luis Fernando. O jogo seguiu até o final sem alterações nos seus paradigmas, exceto aos 44, quando o Resolve driblou o goleiro mas errou a finalização, ainda que com pouco ângulo.

A destacar, a garra incessante de Dourado, que supera tudo, inclusive suas evidentes limitações. Ele não é Fred, e nem precisa sê-lo para cumprir seu ofício de artilheiro, com o plus de uma dedicação plena. Wendel, mesmo em noite mais discreta, é o motorzinho de vaivém do time. Scarpa fez boas jogadas e tomara que recupere logo seu ritmo. Não esqueçamos do Abel, que mexeu bem e tem muito crédito.

Uma vitória séria, honesta, humilde e de muita aplicação. O bote de Lucas aos 47 do segundo tempo, extenuado mas cheio de garra, é um pequeno retrato do Fluminense de 2017: esforçado, lutador, dedicado. Atualmente ninguém do nosso time sai de campo com a camisa seca, e isso faz a torcida berrar a plenos pulmões.

Terça-feira já tem jogo de novo. É hora de curtir o sábado à noite, feliz para os tricolores em geral. A quem torceu contra, aquele abraçaço.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap/curvelo

2 Comments

  1. Bom texto.
    Excelente vitória!!
    Tem que melhorar a pegada na entrada da área.
    Bora, Fluzão!!!

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