Derrotados, sim; perdidos, não (por Walace Cestari)

Arre branco, qu’assim me acaba toda a fidalguia! A sequência de destriunfos que tropeçam nosso caminho é incomodeira em demasia. Alto lá se tenham gritado que faltava vergonha! Qual!? O que não falta àquelas pernas é disposição, é vontade, é entrega. Inda bem que os gatos pingados sejam só meia dúzia e que se pinguem pouquinho.

Verdade também que tricolebei na quarta, não por desconfianças… Assisti ao jogo contra os gaúchos na telinha do modernofone, dentro de um consultório médico. Um sofrimento assistido. Deu pra ouvir, de longe, pelo alto-falante do aparelho, uma cantarolante torcida em enlouquentes gritos pelas três cores, que o fazia como se goleássemos. Ah, o amor não precisa de existências para ser, simplesmente o é. E foi.

O desânimo que habitava meus olhos diante do adverso placar fazia-se pequeno pela inveja de esbravejar pelo Flu como os irmãos faziam no Maracanã.

Tristezas à parte, somos todos parte disso tudo aí. E desembrulhando as verdades que sabemos ter, admitamos que a expulsão de Nogueira não foi exagero. Se é, vamos tomar de exemplo, um beque do contra que faz tesourada no menino Richarlisson e o apitador não põe o marginal na rua, eu xingo-lhe até a oitava geração materna. Infante-Nogueira, por errorsismo, foi capital no revés ao nos fazer perder a cabeça.

No outro extremo da idade, querem cavar cova para Cavalieri. Caveira de burro. Grito surdo de gente cega. Assim não. Está mal? Não há de se negar o que verdadeiro é, já que estamos no desembrulho do real. Contudo, com tudo que temos, tem melhor que ele no grupo? Contratar não vamos. Abraçar é o que podemos. Carinho às vezes cura má-fase. Nunca avistei quem se remendasse só na base da ripada. Censura pura não reata jura.

Mazainda: o elenco é esse desde que o nosso mundo é mundo em 2017 e todo mundo já sabia que o mundo rodaria em torno desses raimundos. Rimas, não necessariamente soluções. D’agora vir reclamar de Abelão? Sapralá! Eia que não! Troçar o comandante é erropetir 2013, imemoriados! Abel é o melhor que temos, se há lacuna para queixumes que seja nas ausências não na comandância. Quando põe os 3M pra jogar eu endoideço e não mereço ver Maranhão, Marco Júnior e Marquinho jogando os três juntinhos, mas nem na mais raivosa reação à teimosia me desfaço desse Abel.

Se precisamos de mais alguéns, saibamos porque sabíamos que nem ele nem tu vens. Vamos com o que temos. E mestrAbel anda procurativo das soluções. Receita nova com ingrediente velho é mais complicado, deixa estar que vai acertar. Uma ou outra eliminação não tira a grandeza do trabalho. Derrotados, sim; perdidos, nunca.

Daí que o adversário vire antomásia do que queremos. E que se lasque o resto. Lança os meninos para correr. E eles correm. E dá para ver que fazem por nós, que estão pelas cores. O grito da arquibancada é arrepio maior. Empurrador mesmo. É nosso destino ir à história, o que somos. Tapando os ocos do time titular, cimentamos vontade no lugar da qualidade original. É ir com tudo o que temos. E juntos, gritos, e pernas, e acenos, e dribles, e abraços, e gol. Vitoriosos sempre fomos, desda meia-hora anterior de 1902. Queremos ser vencedores no sábado também.

Que venha o Vitória. Que venha a vitória.

Panorama Tricolor

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