Nonada. Isso aí que o senhor viu como Fluminense nos últimos jogos parece coisa de guerreiro não. Sentimento demais. Mágoa mesmo. Daquelas doídas, sabe, senhor? Então, lá pelas terras de Abelão era de outro jeito noutras jornadas. Nessa saiu de tudo sensabor. Caldo de nada, ou quase nada. Era mentira que o povo acreditava.
Mas mesmo sem sustância, se deu até onde se podia ter dado. Suor não mor de faltou, seguro que não. Também tem incrença na imprensa que coloca como se fosse atropelamento. Atropelado foi o pobre coitado de nosso zagueiro. E mesmo com o ato erroso não teve juiz para ter coragem de anular. Não teve gente de entranhas para reconhecer no gesto o engabelo. É o espelho do povo. E não é que tem povo que apoia isso?
Povo prascóvio. De imprensa prascóvia igualzim. Esta última mesma que vale nada aos olhos dos primeiros em outras searas. Mas, basta noticiar as quatro linhas para que se dependurem atrás das portas da hipocrisia as animosidades. Circuntristeza totalizante. Vergonhamento de tantos que lhes dói admitir o que sói. Melhor é enculpar os outros de todos os desacertos do mundo. Aqueles quando de fato fraquejamos (por que só nós haveríamos de ser santos no altar dos pecantes?) somados ao ror de cretimaginações conferido às nossas cores pelo despeito. Destes últimos sobra-nos a luta pela transbordação de verdades. Daqueles primeiros, expiar pena.
E tá que assim se foi. Faixa que vai, faixa que não veio, faixa que se foi. Perder também deixa grande, sim senhor. No rescaldo, deixa pelo menos a lição de aprender a deixar pra lá. De parabéns, abraço e tchau. Adeus também foi feito pra se dizer. Inteligentudo, Abel olhou pra frente. É de parabrisa que se faz a estrada, não de retrovisor. Guiador desse caminhão de sonhos: pé e roda no caminho. Tempo de esperar tempo bom. Quanto tempo o tempo tem pra nos dar todo esse tempo?
Quem sabe de vida sabe que nem toda bonança se adepoisa à tempestade. De vez em vez, continua chuva fina, pingamentando desalentos sobre a terra. E a nuvem que passa, de quando em quando, permanfica em cima de nosso cabeceio. E foi de nuvem que aportamos nos pampas, ainda com as choráguas à mostra por fora de nossos uniformes.
Sem alento e muito lento. Ganhamos uma derrota. Perdemos e colhemos a próxima fase. Não pode mais se dar a esses luxos de cidade de não virar lutador. Tem que lutar, não se abater. Seguir em frente é não trasolhar mais, deixar o que ficou ficar. Toda viagem traz os baloiços que enjoam. Truburulenças. Mas passa. E se acenam os lenços. Há de se partir, isso é o que urge. E surge. É a estrada, a vereda. Ainda há um sertão imenso a vencer. O diabo não há. Existe o nós. Existimos homens, os guerreiros. Travessia.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: wc
Fico aqui a “pensar com meus botões”: Fosse o Panorama Tricolor um espaço de cronistas de um certo time de remo e estes escrevessem com a qualidade dos nossos cronistas, certamente já havia sido criada a ABLE (Academia Brasileira de Literatura Esportiva) e anualmente, por falta de concorrência, haveria a “formalização” da entrega do OSCAR aos seus cronistas.
“É por isso que eu canto, que eu visto esse manto, orgulho de ser tricolor!”
Todo o agradecimento pela generosidade de sempre, Vera.
Enrubesci com esse teu comentário, Vera. Ainda sou verde como escritor. Daí já com essas duas cores alio com o branco das páginas que me sugerem tudo o que pode ser e volto a lembrar que somos mesmo diferentes. Em três cores!
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