O Flu e a força quase máxima (por Paulo Tibúrcio)

O Fluminense vem realizando uma boa sequência de jogos, culminando na grande conquista da Taça Guanabara no último domingo. A torcida está em êxtase e segue empolgada com as próximas disputas. Este momento do time é, certamente, muito bom. Mas há também algumas questões que devem ser levadas em consideração.

Ainda estamos no início de ano e o time já se deparou com algumas “pedreiras”. A última sequência de jogos foi vitoriosa, mas também bastante desgastante. Tivemos um jogo duro contra o Madureira, onde enfrentamos um campo ruim e um time excessivamente bruto. Como resultado, perdemos Gustavo Scarpa, até então a peça chave de nosso time.

Contra o Sinop, um enredo parecido, agravado pelo cansativo deslocamento na volta ao Rio (A delegação teve que viajar 500 Km para Cuiabá, devido a problemas no vôo). Neste jogo, quase perdemos o Orejuela.

Na decisão da Taça Guanabara, contra o Flamengo, melhoraram as condições do campo, o jogo foi menos ríspido, mas a adrenalina do jogo – um dos melhores jogos do ano – foi capaz de cansar até o torcedor, imagine o que não fez com a estrutura dos jogadores que participaram da partida.

Diante deste cenário, era esperado que alguns jogadores fossem poupados no confronto contra o Criciúma, uma vez que, nesta fase da Copa do Brasil, teremos o jogo de volta. Mas a tendência não parece ser esta. O Fluminense embarcou para Santa Catarina com todos os jogadores disponíveis, desfalcado apenas de Cavalieri e Scarpa, contundidos.

A decisão a ser tomada é muito difícil. Por um lado, sobrecarregar os jogadores em uma sequência de jogos, prejudicando a preparação física e aumentando a chance de contusões. Ou entrar com um time misto, sem entrosamento e correr o risco de não obter um bom resultado contra o time do Criciúma, que tem o trunfo de jogar em casa com apoio da torcida. Espero que este trade-off seja resolvido com base em planejamento da comissão técnica, sem sobrecarregar o ainda enxuto elenco do Fluminense.

A questão do elenco ainda preocupa. O jogo em que não atuamos com força máxima – contra o Internacional pela Primeira Liga – mostrou bem isto. Precisamos de algumas peças para balancear o elenco no decorrer do ano. Por enquanto, não há com que se preocupar. A equipe principal tem atuado muito bem. Mesmo sem Scarpa, mantivemos a competitividade. Sornoza e Welington assumiram a responsabilidade nos momentos mais críticos. Os demais têm sido excelentes coadjuvantes. Salvo alguns problemas na defesa, temos jogado em alto nível.

O ideal é ter uma sequência de jogos menos intensa no início de temporada. Infelizmente, a realidade do futebol brasileiro, com sua desorganização e excesso de partidas não permite isto. Para complicar um pouco mais, outro problema de vôo atrasou a viagem do Time de Guerreiros para Santa Catarina. Nunca é fácil. Por sorte (e competência), a conquista da Taça Guanabara irá atenuar o desgaste do time, pois poderemos poupar jogadores e testar outros, caso seja necessário. Então, vamos para cima do Tigre, com força (quase) máxima, se preciso for. O show não pode parar.

Panorama Tricolor

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Imagem: abit