Fibra de campeão (por Paulo Rocha)

O título da Taça Guanabara foi merecidamente conquistado pelo Fluminense após uma verdadeira epopeia, que começou no pífio empate sem gols com o Madureira (durante o qual perdemos Scarpa), prosseguiu em Sinop (no jogo difícil e na viagem exaustiva) e culminou no dramático Fla-Flu decidido nos pênaltis (após 90 minutos de pura emoção). Com orgulho posso afirmar que o Fluminense foi testado ao extremo e saiu-se bem devido a uma característica que marca sua história centenária: a fibra de campeão.

Não há dúvida, o grande general desta vitória foi Abel. Quando retornou ao clube, disse que o time de 2016 não tinha alma. E tratou, então, de resgatá-la. Ele, que tão bem conhece nossas cores e nossa torcida, fez com que recobrássemos o bom futebol e, acima de tudo, o amor à camisa. E isso meus amigos, para o torcedor, não tem preço.

Com foi bom acordar campeão na segunda-feira. Ir à rua e não ver nenhum palhaço vestido de vela de macumba a arrotar imbecilidades. Esses boçais sabem que quando nos encontram e vale taça, o buraco é mais embaixo. Que o digam Flávio, Manfrini, Assis, Renato Gaúcho e outros da mesma estirpe. Ai Jesus, espero não ter esquecido ninguém.

Dizem que o ano no Brasil começa após o carnaval. E para o Fluminense, desta vez, também assim será. Somos respeitados agora, superamos o mais querido da mídia – só lamento não ter ocorrido no tempo normal como de costume. Que tratem de ter conosco o devido respeito.

Coincidentemente, no domingo da decisão, meu irmão Cláudio, que é especial e do qual cuido juntamente com minha esposa, completou 50 anos de idade. O presente não poderia ter sido melhor. Por isso, comemorar ao lado dele e do meu filho foi tão emocionante o quão era abraçar meu saudoso pai após cada título nosso. As três cores estão no nosso sangue e fazem nosso coração pulsar a cada cântico da nossa torcida, a cada nota de nosso hino, a cada grito de gol do Fluminense.

Parabéns aos jogadores, a Abel, à comissão técnica, aos funcionários do clube. E afirmo sem medo de errar: vem mais por aí. Afinal, é novamente tempo de sorrir.

Panorama Tricolor

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