Em 25 de julho de 1980, o Fluminense vivia uma crise. O time cumpria péssima campanha na Taça Guanabara de 1980, terminando na quinta posição entre seis disputantes. O clube estava em péssima situação financeira e o Vice Presidente de futebol, Gil Carneiro de Mendonça, tinha acabado de pedir demissão.

O Fluminense venceria o America na Taça GB daquele ano, seu único triunfo na competição. Da equipe que enfrentou o Diabo, sairia a base para uma completa mudança de paradigma nos meses seguintes. O volante Givanildo iria para o Sport, entrando o jovem Deley em seu lugar, e o atacante Neinha perderia a titularidade para o único reforço conhecido do time: o experiente centroavante Claudio Adão, vindo de má fase: havia sido emprestado pelo Flamengo ao Botafogo, que o devolvera meses depois. Teve seu passe adquirido por uma ninharia. E o treinador Zagallo iria para o Vasco “porque queria ser campeão”, segundo suas palavras. O Flamengo tinha jogadores do quilate de Raul, Toninho, Luís Pereira, Junior, Adílio, Zico e Tita. O Vasco tinha Paulo Cézar Caju, Pintinho, Wilsinho, Guina, Paulinho, Roberto Dinamite e Silvinho. O Botafogo com Paulo Sérgio, Renê, Mendonça, Edson e Marcelo. O futebol carioca era uma força.

Três meses depois, o Fluminense se preparava para entrar em campo contra o time da Colina para decidir o primeiro turno do Campeonato Carioca. Depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal, sem gols na prorrogação, o Tricolor bateria o Vasco por 4 a 1 nos pênaltis, numa grande jornada do goleiro Paulo Goulart.

Classificado para a decisão final em dezembro, novamente bateria o Cruz-Maltino por 1 a 0, num gol de falta do zagueiro Edinho, conquistando o campeonato depois de quatro anos sem títulos. O plano de Zagallo iria por água abaixo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: jb

Colaborou Fabiano Artiles