O Campeonato Brasileiro de 2016 está chegando ao fim e o Fluminense segue fora da festa principal. Não que o clube tenha sido preterido. Praticamente imploraram pela sua presença. Mas o Tricolor declinou do convite, ignorando o momento favorável. Aumento de vagas para a Libertadores, um campeonato nivelado por baixo. De nada adiantou, a performance do time ficou aquém dos anseios da torcida. São oito jogos sem vitória. Apesar se sua inevitável saída, agradeço ao Levir pelo aproveitamento do início do campeonato. Sem isto, estaríamos, mais uma vez, em situação de desespero (bato na madeira três vezes).
O que ainda nos resta nestas últimas rodadas? Apesar da decepção e da falta de fé da torcida, sentimentos que eu compartilho, ainda dá para salvar alguma coisa para o próximo ano. Temos boas chances de classificação para a Copa Sul-americana. A disputa deste torneio pode ser benéfica para o Fluminense por uma série de motivos. Ano que vem não haverá as restrições impostas pela participação na Copa do Brasil.
A competição começa em Junho, dando tempo para montar uma equipe competitiva e bem entrosada, o que seria mais complicado de se conseguir na Libertadores, que começa mais cedo e tem um nível técnico mais elevado.
O Fluminense conseguiria uma maior visibilidade, pois já se vão dois anos sem participação em competições internacionais, que são importantes para atrair investimentos, sócios-torcedores e patrocínios, além de ajudar na internacionalização da marca.
É um torneio difícil, por certo, mas a possibilidade de conquista é real. Obviamente, precisamos reforçar a equipe, pois a atual não pode ser utilizada como referência. Uma restruturação se faz necessária. De certa forma, temos a chegada dos jogadores equatorianos, experientes neste tipo de torneio. Ficando alguns jogadores do atual elenco, mesclando com atletas da base e realizando as contratações corretas, temos condições de montar um time competitivo.
Por último, mas não menos importante: a competição oferece uma boa premiação, além da oportunidade de disputar diversos torneios pelo mundo. Não é o crème de la crème, mas o suficiente para empolgar a torcida e reavivar bons momentos, como o vivido em 2008 que, apesar da perda do título, foi inesquecível.
Teremos dificuldades pela frente. O histórico do time não ajuda. Os jogadores parecem estar desanimados, provavelmente boa parte deles já sabe que não continuará no ano que vem. A desorganização do departamento de futebol nos custou muito caro este ano. Mesmo com todos os problemas, garantir esta vaga virou questão de honra. Pegaremos dois times em crise. Faremos um jogo fora contra o Figueirense, já rebaixado e jogaremos em casa contra o Internacional lutando para não cair. Precisamos desta vaga, mesmo que seja um prêmio de consolação e um ponto de partida para um 2017 melhor.
Começaremos o ano que vem sob nova direção, pois será realizado o processo eleitoral de escolha do presidente e conselheiros que irão assumir o comando do clube para o próximo triênio. São três candidatos na disputa. Três candidatos que já participaram de alguma forma das administrações anteriores. Logo, todos têm sua parcela de responsabilidade nos erros e nos acertos. Não cabe purismo, pois ninguém é santo nesta história. Assim como não cabe brigas por interesses mesquinhos. O objetivo tem que ser único, o engrandecimento do Fluminense. Quem ganhar terá muito trabalho pela frente. O destino das Laranjeiras está nas mãos de cerca de 13.000 eleitores. Que vença o melhor projeto para o clube.
Panorama Tricolor
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Imagem: tiot