Nos últimos quarenta anos, o Fluminense viveu tudo o que podia: ganhou grandes títulos, perdeu outros, foi ao inferno, voltou e monstros sua vocação para a eternidade. Teve craques incontáveis, jogadores de garra infinita e também a junção destas duas características. Com talento e garra juntos o tempo todo, no mais alto nível, o Flu teve quatro jogadores de destaque: o zagueiro Edinho, o meia Conca, o atacante Renato Gaúcho e o aniversariante deste domingo: Romerito, 56 anos.
Chegou ao Tricolor em 1984 sob o eterno patrulhamento da imprensa esportiva. Comandou o time campeão carioca e brasileiro daquele ano, visando a conquista local em 1985, marcando gols em finais e honrando a camisa do Fluminense nos gramados. Ficou até 1989, mas deveria ter ficado mais tempo e depois voltado. Não deu.
Jogou demais. Criativo, veloz, objetivo e talentoso, ainda era um marcador implacável. Não bastasse isso, ainda tinha o carisma típico dos ídolos, depois associado a certa malandragem carioca e seu sotaque peculiar, que lhe rendeu enorme popularidade.
Hoje, é um embaixador do Fluminense Brasil e mundo afora. Dá mais autógrafos do que alguns jogadores em atividade. Virou livro, fábula, conto, história e peregrinação em três cores. Está imortalizado ao lado das feras tricampeãs de 1983 a 1985,um tempo em que o Flu era a manchete em forma de mosca na sopa das redações esportivas.
Uma única vez, calou o Maracanã lotado sem vestir a camisa do Fluminense. Jogava pela seleção paraguaia. O Brasil vencia o jogo pelas eliminatórias de 1986. Veio um cruzamento da esquerda e Romerito pegou de primeira, acertando o ângulo direito do goleiro Carlos e marcando um gol de placa.
Deve ser o único jogador estrangeiro da história do Brasil que não é mais adjetivado com sua nacionalidade. Antigamente era o “paraguaio Romerito”. O tempo, o talento e a consagração retiraram a necessidade de localizar sua origem natal.
Certa vez, Romerito deu uma entrevista dizendo que Conca jogava muito mais do que ele. Embora seja impossível não reconhecer a fundamental importância do craque argentino em 2009 e 2010, cabe a este cronista um sincero desmentido, vindo de quem viu praticamente todos os jogos de ambos: Conca foi um monstro, mas Romerito era de outro planeta. O paraguaio foi superior.
Com os dois craques em campo, mais Edinho e Renato Gaúcho, o Fluminense não teria perdido uma única partida em toda a Via Láctea.
O referido é verdade é dou fé.
Panorama Tricolor
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Imagem: g2
Grande crônica sobre o Grande Craque Romerito.
Saudações Tricolores