A derrota para o São Paulo, no Morumbi, não me surpreendeu. Desde que soube que o Tricolor paulista usaria seus principais jogadores e que a partida serviria, para eles, como uma preparação para o duelo que farão pela semifinal da Libertadores (além da necessidade de vitória que tinham em razão da derrota acachapante para o Santos na rodada anterior), antevi que o Fluminense dificilmente traria um pontinho sequer da terra da garoa.
Sobre a partida em si, pouco posso falar. Fiquei tão revoltado com a atuação pífia do primeiro tempo que, simplesmente, me recusei a assistir o segundo. Diferentemente de meus tempos de repórter e de editor, nos quais, mesmo salivando de raiva, era obrigado a ver o jogo todo. Pelo que li, na etapa final, o Fluminense melhorou e houve até queixas sobre a arbitragem ter interferido no resultado. Algo que não pode surpreender a ninguém, afinal, jogamos contra o São Paulo no Morumbi, local de históricas roubalheiras para o time da casa.
O revés, contudo, só não me irritou mais devido à alegria que tivemos na partida anterior. Já imaginou se não tivéssemos vencido o Fla-Flu? Estaríamos agora numa situação extremante difícil e a tensão tomaria conta das Laranjeiras. Como foi importante aquela vitória. Ela nos deu fôlego para que possamos ter tranquilidade para trabalhar e vencer o Coritiba neste sábado, em Volta Redonda – não há outro resultado que nos sirva. Aliás, nesta partida, teremos um desfalque importante, o do volante Douglas. E dois reforços: as ausências de Giovanni e Cícero.
Levir Culpi faz o que pode com o grupo de jogadores que possui. O elenco, em sua maioria, é jovem e a inconstância faz parte do processo de reformulação. Mas time grande vive de resultado; se ganhar uma e perder outra é compreensível, perder uma e a outra também criaria um furacão difícil de debelar. A torcida tricolor espera por reforços; com o que temos, o máximo que podemos nos permitir sonhar é com o meio da tabela.
Dos nomes que foram especulados, agradam-me os de Guerra, de Nilmar e de Henrique Dourado. O primeiro, porém, deve ficar no Nacional de Medellín-COL; o segundo não desfruta do entusiasmo do presidente do Fluminense em razão de sua idade (tem 31 anos) e pela pouca intensidade dos treinamentos que realiza no Oriente Médio devido às condições climáticas locais; o terceiro, por sua vez, é caro, como já disse o responsável pelas contratações de William Matheus, Dudu e Maranhão.
Enquanto vivemos a alegria de ver o pavilhão tricolor tremular demarcando nosso Centro de Treinamento, ficamos apreensivos com o desempenho do time no Brasileirão. Que a diretoria de movimente e nos faça acreditar em dias menos inconstantes dentro das quatro linhas.
Para terminar: estive nas Laranjeiras na última semana e tomei conhecimento de interessantes fatos de bastidores sobre a saída de Fred do Fluminense. Mas vou deixar o assunto para uma próxima coluna. Só antecipo uma coisa: torcedores tricolores, não lamentem ou se enganem, foi ele que quis ir embora.
Panorama Tricolor
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Imagem: paro