Parabéns, São Paulo Victor! (por Paulo-Roberto Andel)

paulo victor 2016

Defendeu cerca de mil e duzentas bolas muito difíceis e umas trezentas e cinquenta impossíveis – as poucas que desafiaram tais convenções entraram, uma ninharia. Muitas vezes é lembrado num ou outro gol fantástico que levou, porque as pessoas reveem o lance e se perguntam: “Como ele ainda conseguiu tocar nessa bola?”.

Para os garotos da década de 1980, ele parecia ter seis metros de altura. E voava.

Começou no banco, depois revezou com Paulo Goulart, o grande campeão de 1980. Ganhou a posição, títulos fantásticos – tricampeão carioca e campeão brasileiro -, foi para a Seleção, disputou a Copa de 1986 e entrou de vez para a Academia Imortal de Goleiros Tricolores, ao lado de Marcos Carneiro de Mendonça, Batatais, Castilho, Félix e outros próceres da baliza.

As grandes jornadas de São Paulo Victor com a camisa do Fluminense não cabem num livro ou num filme. É preciso mais do que isso. Defesas, conquistas, simpatia, carisma. Mas um detalhe escapou de muita gente, que pode ser revisto nos vídeos do Youtube: não existiu um goleiro no futebol brasileiro que comemorasse tanto os gols de seu time. Quando as câmeras são generosas, lá está o goleiro eterno pulando, vibrando, dando socos no ar no melhor estilo de um artilheiro, fazendo da sua grande área uma arquibancada tricolor da mais fina estirpe.

Desde que saiu, todos os seus sucessores foram comparados a ele. Alguns foram – e são – dignos da responsabilidade de defender a meta do Fluminense. Outros não tiveram tanta sorte e, às vezes, a vocação foi maior do que o talento. Vivo, com saúde e feliz, Paulo Victor ainda é um dos paradigmas do goleiro tricolor dentro do campo: desafiador, digno, com um olho na defesa impossível e outro em todas as outras, que acabam se tornando mais fáceis.

Apelidado de “Jacaré”, muitas vezes deixou os artilheiros perdidos na selva com suas intervenções monumentais. Com justiça, é um dos grandes verbetes tricolores modernos. Ao lado de Assis, Washington, Romerito, Ricardo e outros craques, Paulo Victor colocou o Brasil para aplaudir o Fluminense – e invejá-lo – por anos e anos. Ou até engoli-lo, no caso de parte da nossa imprensa esportiva.

Foi um rei debaixo das traves e elas o tiveram como um marechal da vitória. Está na história. Vale o escrito e o visto.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra

2 Comments

  1. Entre Paulo Victor, e alguns bons momentos do Cavalieri,
    Quanto sofrimento
    Merecida homenagem

  2. Muito boa a homenagem a esse Grande Herói Tricolor!
    Saudações Tricolores!

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