Terapia de grupo (por Walace Cestari)

walace green

Duas imagens durante a partida contra o Inter me fizeram pensar coisas boas sobre o futuro próximo do Flu. A primeira delas ocorreu no gol da virada, segundo do Osvaldo no jogo. Gol é gol, claro. Mas comemoração é o ato que revela o comportamento psicológico das pessoas e as atitudes de um coletivo.

Reveja o lance, vá lá busque na internet, eu espero. O gol não foi comemorado de forma individual pelo Osvaldo, ele não conseguiu. Marcos Jr e Scarpa dão um pique em direção a Osvaldo. O grupo de reservas, efusivamente, vai em sua direção. Cícero parte do meio campo para comemorar. Uma montanha de jogadores por um gol. Fora do quadro principal, Gérson corre para abraçar Wellington Silva e ambos para comemorar com o grupo.

O gol ali foi de todos. Ali houve uma demonstração de que o Fluminense estava no jogo. Que todos estavam de fato importando-se com o resultado, com a conquista, com a camisa. Revela igualmente como o questionado Osvaldo (é certo que não vinha tecnicamente bem antes de Levir) é querido pelo grupo e que as tais panelas se misturaram naquele momento.

Talvez seja o efeito Diego Souza. Um bem que ele tenha nos proporcionado. Não por sair, sua qualidade nos seria útil, mas por mexer no time. “Não temos um grupo ruim!”, “Somos guerreiros e estamos unidos!” Parece que estava à mostra, na quarta-feira, um time apaixonado e comprometido. Acima de quaisquer panelas.

Na segunda imagem, a confirmação da primeira: na primeira defesa de pênalti de Cavalieri, os jogadores de campo não apenas comemoram (a tensão explica as comemorações), mas cumprimentam-se entre eles, tornam-se cúmplices nesse momento. O grupo de guerreiros está se formando. Essa é a diferença principal introduzida por Levir.

Não sei se haverá uma república de Fred quando ele estiver na ponta dos cascos e com sua titularidade exercida. Entretanto, é inegável que antes de qualquer questão tática, Levir recuperou o ânimo e a felicidade desses jogadores. Talvez explique a tristeza de Diego Souza, que não foi capaz de compartilhar dessa virada, ainda ressentido pela ausência de quem o levara para lá.

Trazendo a vontade de volta, remontando um grupo, o Flu tem tudo para crescer. Aos poucos o time vem mostrando maior organização tática (recomendo ver a câmera lateral do segundo gol contra o Inter e perceber a distribuição de nosso ataque em campo) e variação de jogadas. Alguns jogadores vão ganhando confiança e transformam-se em peças importantes. Os reservas percebem que há chances abertas e trabalham para mostrar serviço.

Se tudo isso aliar-se a um compromisso com o coletivo e com o time, há muito de bom a se esperar. Não digo apenas vencer jogos a curto prazo – claro que seria ótimo ganhar a primeira Primeira Liga e o carioquinha – mas criar um padrão de jogo que nos permita o favoritismo em qualquer campeonato que disputemos.

Acho que encontramos o caminho certo. Agora, resta-nos trilhar a estrada e desviar de seus buracos. O Fluminense quer engrenar. Temos elenco para sonhar. E que seja real.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Image: wc

2 Comments

  1. Olá,Wallace!
    É parece que o que parecia um bando,está ficando com cara de time,de grupo. O mesmo que aconteceu no gol do Osvaldo, aconteceu nos pênaltis defendidos pelo Cavalieri, que sabendo que falhou no segundo gol do Inter,pegou dois pênaltis. E foi todas comemorar com ele.
    Quanto ao Diego Souza, me parecia não estar feliz, a vontade, apesar que concordo que seria importante por sua categoria. E com sua saída acredito que o recado é,joga quem tiver bem,vi um grupo feliz no jogo.
    Abraço e…

  2. Mto boa a sua reflexão e pra complementar segue um trecho da última entrevista com o Cavalieri.

    Cavalieri: “… É um ano político. Disseram que tinha racha no grupo. Temos que nos blindar e não deixar essas coisas entrarem no vestiário. Importante ter a cabeça tranquila. Nosso vestiário é limpo, sem racha… O que tem em um elenco em busca de melhora.”

    ST

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