Estamos em ano eleitoral, jogamos na Flórida, Ronaldinho Gaúcho vestiu novamente a camisa tricolor, Fred não quis jogar com ele, vem Nem ou nem vem, estamos esperando as novas camisas, nosso patrocínio máster está indefinido, contratamos, vendemos e emprestamos.  Assuntos tricolores deste ano, uns importantes, outros nem tanto. Porém, neste momento, todos se encontram juntos em segundo plano. O que nos mobiliza agora é a Primeira Liga e suas consequências.

Eu gostaria de escrever apenas um pré-jogo, falando sobre as dúvidas de Eduardo Baptista para o confronto de hoje contra o Atlético Paranaense, no Raulino de Oliveira. À propósito, não posso deixar de parabenizar a Prefeitura de Volta Redonda, que reiterou o apoio e o acordo com o Fluminense, mesmo pressionada a não o fazer.

Mas a verdade é que a Primeira Liga se tornou muito maior do que uma nova fórmula de campeonato e a nossa estreia oficial em 2016 se tornou um símbolo do que está por vir. De Primeira Liga para “Primeira Briga”.

Sejamos sinceros, nenhum time é bonzinho. Nem o nosso Fluminense, nem o Flamengo, nem qualquer um dos outros times na competição (ou os fora dela). A corrupção no futebol começa dentro deles. Mas a cada passo na “hierarquia”, ela aumenta exponencialmente. Federações… Confederação.

Porém, como bem colocou minha amiga panorâmica, Isabela Cabral, em seu Facebook outro dia: “O mal do malandro é achar que só a mãe dele fez filho esperto”.

Uma hora chega o momento do basta. Após anos sendo prejudicados dentro da casa que fundamos, chegou a nossa vez.  A ironia de como as coisas acontecem é incrível, nada como um inimigo para unir rivais. A FERJ trouxe logo o Flamengo para o nosso lado. Assim, a dupla Fla-Flu foi taxada de rebelde e, mais recentemente, de milicianos (risos).

Acontece que Rubinho e seus amigos perceberam que estavam se aproximando da derrota e se valeram do apoio da CBF. Prontamente qualquer rusga entre os times formadores da Primeira Liga foi esquecida e o grupo se fortaleceu. Assim, ao socorrer a FERJ, a CBF pode ter dado o impulso necessário para a, digamos assim, revolução. Uma boa análise sobre isso vocês podem ver no Blog do Rodrigo Mattos. Tiros no pé, um atrás do outro. O futebol agradece.

O nosso papel nessa história é tirar proveito desse delírio de poder e de domínio, pois a força real, a base do futebol, somos nós torcedores. A CBF é formada pelas federações que, por sua vez, é formada pelos times, formados por nós.

Nosso protesto é a nossa arma, vamos boicotar os estaduais. Vejam o Manifesto de Boicote à FFERJ e ao Campeonato Carioca.

Como bem diz o texto, a proposta é romântica, mas pode ser transformadora. Deixar de ir aos jogos e cancelar assinatura de pay-per-view do estadual é triste pela falta de apoio presente ao time, mas o que arde cura. Parece que nosso vice de futebol, Mário Bittencourt, comentou que tal ação pode ser prejudicial ao Fluminense, afastando investidores. Bom, eu discordo. Sou publicitário e acho que posso dizer que conheço um pouco de marketing. Jogar um estadual deficitário, de cartas marcadas e sem seu principal palco – lembrando que já não nos deixavam jogar no Maracanã ano passado –, não seduz nenhum possível patrocinador ou parceiro. Muito pelo contrário, é provável que os afastem. Diferente da Primeira Liga, que pode ser muito em aproveitada nesse fim.

Em suma, CBF e FERJ são hoje árvores secas que produzem apenas frutos apodrecidos. Precisamos cortá-las. Não podemos voltar atrás. Não agora. É apenas a Primeira Briga. Não vamos sanear o futebol brasileiro, isso é utopia. Mas vamos dar um passo importante em busca de campeonatos mais justos, honrosos, com igualdade e que possibilitem a nós torcedores os espetáculos que queremos e merecemos ver. Uma vitória e não uma derrota por sete a um.

E se a desculpa é o temor pelos pequenos, fique tranquilo. Com os grandes organizados, eles seguirão o exemplo.  É a hora das torcidas se unirem. É a hora de voltar o clubismo para o futebol.

Boicote!

ST!

Panorama Tricolor

@Panoramatri @Rods_C

Imagem: Rods / PRA

#JuntosPelaPrimeiraLiga