Profissionais de Estatística que se prezem não podem dar de ombros para probabilidades ínfimas, sejam elas para o sucesso ou o fracasso.

Por mais que os riscos contra o Fluminense sejam praticamente insignificantes, eles ainda existem. E são voláteis, de acordo com cada rodada.

Assim sendo, esta partida contra o Avaí é de uma importância enorme. Não apenas para confirmar matematicamente o Flu na série A, mas também para espantar o baixo astral e proporcionar um fim de temporada menos pesado.

Depois, é desejável o bom senso – sem sarcasmo – da direção do clube para as modificações necessárias a um melhor 2016. Boa parte da torcida tem colaborado com opiniões e dicas. Ouvir o próximo é sempre um bom aprendizado para quem dirije qualquer coisa.

Erros foram cometidos a granel. Contudo, mesmo assim o Fluminense deveria estar numa posição de tabela muito acima da atual. Chegou a disputar a ponta no turno e depois desabou.

O elenco do Flu não está nem um pouco longe dos times perto do G4. Não estava também em 2013 e 2014, mas passou o que todos sabemos. Depois do massacre midiático no caso Flamenguesa, a torcida merecia temporadas mais convincentes. Merece ainda.

O que aconteceu para tudo degringolar?

Dentre N fatores, um item essencial: provavelmente a falta de uma figura que enquadre jogadores pouco afeitos à coletividade. Ou mimosos, como dizia Muricy. Isso é coisa para quem tem experiência down by law. Vestiário de futebol não é muito diferente de canteiro de obra; quem é do ramo entende a analogia. Resta a turma entender isso. Além da figura do treinador, o sujeito que faça a ponte entre elenco e direção. Quando isso foi bem feito e somado a comandantes de força, casos de Muricy e Abel, o Flu chegou ao topo.

Palavras diretas: jogador de futebol no Brasil, salvo raras exceções e por inúmeros fatores contemporâneos, só rende o melhor quando é enquadrado no bom sentido por um gerentão ou diretor. E hoje o Flu não tem um profissional que possa desempenhar esse papel, remunerado ou não.

Voltando às probabilidades: caso sério. As mesmas, minúsculas, que nos salvaram ao término da rodada 38 de 2009, foram as que nos condenaram em 2013 (verifiquem as estatísticas a dez rodadas do fim dos certames). Prudência não faz mal a ninguém. O Flu fica 100% tranquilo vencendo o Avaí.

Tudo o que espero reside nos três pontos contra o Avaí no Espírito Santo. Esse deve ser o foco. O Fluminense acima de todas as coisas: homens vêm e vão, o Tricolor segue seu caminho rumo ao infinito.

Hora de ir a Brasília abraçar meus amigos e lançar o livro de capa preta, cheio de erros, palavrões e uma poesia da qual me orgulho – e que jamais se curvará aos caprichos de qualquer vagabundo.

Domingo tem mais emoções, que espero serem positivas para desviar o destino do Flu até o seu curso de origem: o da vitória.

Panorama Tricolor