Não sou professor de matemática. Longe disso, aliás. Mas minha cabeça ainda fica confusa toda vez que leio os jornais nas páginas do Fluminense. Vai ver sou meio burro mesmo. Ou eles são meio burros. Ou as duas coisas, quem sabe?

Contudo, há um fato que não parece ter sido lembrado nos comentários em geral – e não é que tem tricolor que compra essas ideias? – nós vencemos a partida contra o Palmeiras. Acho que as pessoas estão confusas quanto a qual resultado deve ser melhor. Eu vos digo: ganhar ainda é o melhor resultado.

A regra do gol qualificado parece que confunde muita gente. É popular ouvir que “gol fora de casa vale dois”, como se fosse uma expressão da verdade. Ora, fosse assim, o Palmeiras teria empatado ontem e, aí, eu concordaria que o resultado não teria sido bom.

Mas não é assim e a fantasia coloca a ideia de que fazer um gol na casa do adversário passa a ser mais importante do que o resultado do jogo em si. Ganhar é melhor que perder, independentemente do mando de campo.

Claro que a análise do Palmeiras, que perdia por 2 x 0, deve ser: “conseguimos diminuir, isso é bom”. A melhor derrota é aquela com diferença mínima em que se faça gols fora de casa, isso também é válido. Mas perder não é melhor que ganhar. E na quarta, o Flu ganhou. E isso o coloca em boa posição para ir à final.

Sim, porque o Flu joga por dois dos três resultados que podem acontecer: vitória ou empate, levamos. Dentro das derrotas, ainda se pode destacar um 2 x 1, que leva para os pênaltis. Então, minha matemática é aquela que me diz que conseguimos um excelente resultado. Qualquer empate, qualquer vitória e uma alternativa de derrota. Poderia ser melhor? Claro! Mas isso não quer dizer que não foi um bom resultado.

Por outro lado, contrariando a lógica matemática, uma vantagem pequena pode surtir um efeito mais positivo que uma grande vantagem. Lembro-me do Brasileirão de 1995, quando goleamos o Santos no Maracanã pelas semifinais. O que se viu no jogo de volta foi assombroso: um time que entrou classificado sem estar. E que conseguiu perder a classificação.

A pequena vantagem nos deixa em alerta. Faz a garotada saber que precisa correr muito. Ainda mais se não tivermos nosso Capitão. Será um jogo difícil e teremos de lutar. O Palmeiras não tem um elenco infinitamente superior ao nosso, nem está jogando o fino. As equipes se equivalem, ao fim e ao cabo. E, em um jogo aberto, disputado e brigado, o empate é um resultado provável. E isso está a nosso favor.

Independentemente dos gols marcados e sofridos, é sempre melhor vencer. 2 x 1, 3 x 2, 4 x 3… Não importa. No próximo jogo, entraremos classificados. A pressão é deles. Para sair de lá classificados, teremos de lutar. E isso é o que esse time melhor sabe fazer.

No fim das contas, são as contas o problema da imprensa. O nosso papel é contar outra história para eles.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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