Valeu, Fera! (por Rods)

R10

Era noite do dia 28 de setembro de 2015. Como em (quase) toda segunda-feira, estávamos reunidos gravando o Programa Panorama Tricolor da semana. Os dois assuntos principais não tinham como ser outros: a vitória sobre o Goiás e o jogo de volta com o Grêmio, em Porto Alegre. Em certo momento fiz a minha aposta – “ele vai entrar com o Ronaldinho”. Caldeira e Renato balançaram a cabeça em aprovação. Eu acreditava que a substituição ainda no intervalo era sinal claro de que o R10 estava sendo poupado após mais 45 minutos de recuperação do seu ritmo de jogo. Como adivinhar a notícia que sairia em algumas horas?

Muito já foi falado sobre o assunto, mas é bom lembrar que essa talvez tenha sido a contratação que mais dividiu as opiniões da torcida. Em princípio eu era contrário. Entendia que não valia a pena correr o risco, ainda mais com a garotada em ascensão. Mas a recepção foi bem acima do esperado por mim e a impressão que ele me deixou em seu primeiro jogo foi muito boa. Não brilhou, mas mostrou vontade, iniciativa e fez questão de ficar em campo os 90 minutos.

Imaginei que era questão de tempo para ele se encaixar no time. Logo se tornaria um líder e um professor. Poderia fazer do Fluminense sua última morada no futebol, se despedindo honrosamente e, quem sabe, com título (s).

Me deixei contaminar pela vontade de dar certo. Alimentei a esperança e criei argumentos para os meus debates. Entendi que, por mais que não fosse nada excepcional, a esperteza que ele mostrou ao bater rapidamente aquela falta – a que iniciou a jogada do primeiro gol sobre o Goiás – era um sinal.

Mas o verdadeiro sinal veio das arquibancadas. Ao ser anunciada a entrada de Marcos Júnior no seu lugar, a manifestação dos torcedores foi quase eufórica. Talvez ali Ronaldinho (ou o Assis) tenha resolvido pensar seriamente na situação ou, quem sabe, tenha batido o martelo. Nos próximos capítulos, saberemos se caiu a ficha de que ele não quer mais ser um jogador de futebol. Ao menos não profissionalmente.

Valeu pelo marketing. Valeu pelo aumento nas vendas de camisas. Valeu pelo aumento de público. Valeu pelo aumento de sócios. Valeu a tentativa. Poderia ter dado certo. Mas não deu. Por ir embora, valeu, Fera!

A peleja de Porto Alegre

Guerra… Guerra… Guerra… Quarta-feira é guerra! A torcida fez barulho e eu achei sensacional. É a melhor forma de incutir o espírito guerreiro, que se encontra adormecido no Fluminense atual. Vejam bem, pouco mudou. Ao menos ainda. O time segue repleto de putas velhas, com todo o respeito às originais. Porém, se a saída do Ronaldinho, a nova promessa de “bichos”, o (s) moleque (s) de Xerém e o grito da arquibancada estão servindo para colocar sangue naquelas veias, me dou por satisfeito. Ao menos por 2015.

O jogo de volta contra o Grêmio é o grande teste. O autor do título de 2007, nosso querido Roger, faz mistério em sua escalação. Ele sabe respeitar o Fluminense como poucos. Enquanto isso, do nosso lado, Eduardo Baptista deve apostar na mesma escalação que começou o segundo tempo, sábado passado: Cavalieri; Jean, Gum, Marlon e Léo; Pierre, Cícero, Gustavo Scarpa e Gérson; Marcos Júnior e Fred. Nosso técnico já aprendeu como armar o time e já teve algumas lições de como mexer. Só espero que as tenha aprendido.

Quer saber como será o Fluminense de agora até o fim de 2015? A resposta vem hoje.

Um título ainda pode ser conquistado e uma vergonha ainda pode ser evitada.

ST!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Imagem: Marcello Dias/Futura Press/Folhapress

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