Oi, pessoal.

Fred é o mais importante jogador do Fluminense das últimas décadas. Enfrenta arbitragem, imprensa, torcedores profissionais, violentos e, em campo, é o goleador. Com dois Brasileiros, também nos salvou do rebaixamento no milagre de 2009. Ídolo de fato e de direito, é natural que seja consultado e ouvido sobre as questões do clube.

Ao contrário dos gritos dos torcedores que foram protestar no aeroporto, indignados com a quinta derrota em seis jogos, o Fluminense precisa de Fred, sim. Todo clube de futebol precisa de jogadores como ele, ainda mais um clube cuja diretoria não entende patavinas.

Mas Fred também erra, claro. E bancar a permanência de Enderson Moreira, um técnico perdido, desnorteado, cuja proposta para voltar a vencer é não perder, posicionando nove jogadores atrás da linha da bola, na retranca, e que tem, sim, alta parcela de culpa na enxurrada de derrotas nos últimos DOIS MESES, é um erro que já nos custou sair da briga pelo título, pelo G4 e que nos leva a passos largos ao Z4.

Isso é sabotar a torcida do Fluminense. A gestão Peter, aliás, é reincidente em ultrajar subjetivamente seu torcedor. “O Fluminense é a sua torcida”, diz o slogan do Sócio Futebol. Mas só para receber dinheiro porque, na prática, a atual gestão de futebol escolhe menosprezar seu torcedor à admitir novo erro, o que é bobagem, porque é natural errar. 

O que não é natural é não agir na única frente que pode: mudar o comando técnico, para buscar “um novo rumo” novamente… E novamente, se necessário for… E novamente, até acertar. Acabaria acertando.

Ao contrário disso, é uma gestão cujo timing – sentido de oportunidade – é retardatário, muito porque se baseia em teorias de culturas inglesa, alemã e norte-americanas. Fantásticos marketeiros com público completamente diferente do brasileiro.  

A cultura do futebol brasileiro tão criticada é a nossa e deve ser respeitada, até porque foi com ela que conquistamos o mundo, nos tornando o “País do futebol”. Perdemos todas essas conquistas nos últimos anos, muito por conta das teorias de outras culturas que nos injetam veia adentro. 

Sim, mudar treinador ajuda e muito. Esse Brasileirão já é exemplo disso. É o ideal? Não, claro. Mas enquanto nossos técnicos forem taticamente limitados, só jogarem de uma forma, incapazes de trabalhar uma tática conforme o perfil do time, fica impossível não trocá-los, porque suas fórmulas se esgota com o tempo. 

Enderson se esgotou mas quem está esgotada é a torcida. Exaurida, desiludida e desanimada. O que importa? Nada. Como torcedora, o sentimento é de humilhação: sinto-me sabotada pelo presidente Peter, seu Vice-Presidente e Fred, que, claramente, em Curitiba, “falou” com seus gestos que a culpa é do jogador, não do técnico.

Se pudesse só gostaria de lembrá-los que, se a culpa é do jogador, esse também é a solução. Quanto ao Enderson, se ele não é o culpado, tampouco é a solução para frear essa queda livre provocada muito por seu modelo velho de jogo.  

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Toques Rápidos:
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– A falta de clareza sobre futebol da diretoria tricolor é tamanha que ela acha que vencendo o Palmeiras, tudo melhorará. A mudança de proposta de jogo é o essencial para isso. Algo que Enderson se mostrou incapaz. Ficaremos nos rastejando até dezembro, contamos os pontos, e quem sofre e sofrerá? Nós, os sabotados. 

–  Os torcedores do Fluminense que foram ao aeroporto, na segunda, e nas Laranjeiras, ontem, passaram dos limites do direito de protestar, cobrar, fazer pressão, com alguns se comportando como vândalos, o que é tremenda insensatez. 

– Isso não desvia a grande e intrigante questão: nossa diretoria é tão sem noção sobre futebol que não pediu reforço policial e fechou os portões para proteger a integridade física dos seus atletas? Isso para não falar em tentar treinar na Urca, coisa do gênero. 

–  Da série “mudar técnico não adianta”, é grotesco e revoltante como os comentários da mídia esportiva se modificam dependendo do clube. Estivesse Enderson num dos seus queridinhos, Flamengo ou Corinthians, com os mesmos resultados, e teria sido fritado há muitas rodadas atrás. Mas o presidente do meu time de coração parece ter medo de ser criticado por uma mídia que, em geral, nos detesta.

– Algum nobre e bem informado leitor do Panorama saberia me dizer quais são os profissionais representados por Francis Melo?…

– Me acordem quando tivermos um novo técnico. Caso contrário, só o façam quando chegarmos aos 48 pontos. 

Abraços fraternos.

Panorama Tricolor

Imagem: google