Salve amigo(a) tricolor.
O assunto pós-jogo contra o Atlético-MG foi Ronaldinho Gaúcho.
R10 é um ex-jogador em atividade hoje, mas não porque as pessoas o rotularam assim e sim porque prefere estar dessa maneira. O último clube em que ainda teve motivação em conquistar algo foi no Galo Mineiro. Depois, foi se aventurar num clube em ascensão do México, ganhou dinheiro por lá e agora cá está no Fluminense.
Posso ser até leviano em dizer que veio para o Fluminense porque as outras propostas talvez não fossem melhores, o que pode ter sido próximo da realidada. Cá entre nós, viver no Rio de Janeiro num eterno clima de verão, vida fácil, dinheiro na conta, festas a semana toda, é um “maná dos deuses” para um jogador que não precisa provar mais nada a ninguém, já foi o melhor do mundo e ganhou Copa do Mundo.
Ele esqueceu que estava vestindo a camisa do Fluminense, esqueceu que do outro lado ele poderia ter quantos amigos quiser, mas ali eram adversários naquele momento, esqueceu como se joga bola, esqueceu como se posicionar em campo, esqueceu de como se toca na bola, esqueceu de como se corre pelo menos para enganar a torcida, tipo um trote ladrão, esqueceu de pelo menos fingir que estava com raça. Esqueceu tudo. Só nunca se esquecerá de cobrar o Fluminense, caso este falhe e atrase no pagamento.
Ronaldinho jogando como atacante simplesmente continuará rendendo o mesmo. O detalhe é sua motivação em estar jogando.
O dinheiro que é pago a R10 daria para contratar outros excelentes jogadores que estão iniciando a carreira agora e estão por ai peregrinando uma chance de jogar em um grande clube. Infelizmente, no futebol brasileiro ficam pagando salários absurdos para jogadores em que já estão em fim de carreira.
Neste momento, o que está acontecendo é simples: o lugar do R10 não é em outra posição. Simplesmente é no banco de reservas, entrando no segundo tempo quando o outro time estiver cansado para resolver em uma bola parada, até recuperar sua condição física.
O Marcos Jr. hoje rende mais que o R10? Sim. O Scarpa rende mais que o R10? Sim. O Cícero? O Vinicius? Sim. Todos esses jogadores rendem mais no meio de campo do que ele no momento.
Ou seja, dane-se se é craque (ou já foi): o que não pode é colocar um jogador sem a forma física ideal e que não tem mais o mesmo futebol de dois ou três anos atrás de titular. Ele tem que entrar no segundo tempo, aos poucos, e assim ajudar o time.
Sua imagem tem que ser explorada no marketing do clube com mais eficiência, sem queimar o time e a imagem do próprio para vender mais camisa.
O Ronaldo está jogando de costas para o ataque. Quando jogar, ele tem que ficar no meio campo distribuindo as bolas para os velocistas do Flu (“Bota um ponta, Telê!”, leiam). Colocá-lo na frente ridiculariza sua característica principal, que é a visão de jogo.
Ronaldinho deveria jogar na mesma posição que o Deco, armando o jogo na faixa central do campo e com a variedade de municiar os lados do campo.
Em tudo que passamos aqui, seja crítica ou elogio, sempre tiramos o lado bom disso. Acho que ele poderá desequilibrar ainda, mas quando estiver mais bem condicionado fisicamente e se adaptando ao time.
Acho que esse ano ele não desponta, mas depois da pré-temporada tomara que coisas melhores venham por aí.
Prefiro ter um pouco de paciência e esperar para avaliar o desempenho quando terminar o ano. No entanto, isso não impede que ele seja cobrado agora.
Um adendo para apimentar: se o Ronaldinho fosse do Corinthians ou do Flamengo (os queridinhos da mídia monárquica coronelista), estariam dizendo que ele está em fase de adaptação após passagem pelo futebol mexicano, que ainda falta de ritmo de jogo após longo período de inatividade e por aí vai. O que é verdade.
Contudo, enquanto isso é um ex-Ronaldinho Gaúcho.
Panorama Tricolor
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