Hoje é o dia do aniversário da fera. Cinquenta e cinco.
Ele foi o senhor dos gramados cariocas em boa parte da década de 80. Verdadeiro rei do Maracanã.
E se você pensa que alguém o superou na junção de talento e raça com a camisa do Flu no estádio sagrado, pode esquecer.
Humilde como sempre, Romerito diz que Conca foi melhor. O argentino merece tudo, é seu sucessor mais brilhante, mas a sentença dita pela fera paraguaia não é verdadeira, ao menos para quem viu os dois jogarem (muito). Os dois mais Edinho formam a santíssima trindade do talento raçudo do Fluminense nos últimos 40 anos.
Técnica e vontade juntas a 180 km/h eram a tradução de Romerito com a camisa tricolor.
Mesmo vindo do exterior, chegou de mansinho e logo conduziu o time a um maravilhoso campeonato brasileiro de 1984, decidido com gol dele. Não era pouco conduzir gente do talento de Ricardo, Branco, Deley, Assis, Tato. Campeão carioca no fim daquele mesmo ano.
Em 1985, com um golaço, garantiu a Taça Guanabara para o Flu e marcou o gol da virada firme contra o Bangu que deu o tricampeonato ao time das Laranjeiras. A FlaPress, leviana que só ela, gosta de falar do lance de Wright, mas quem puder rever o jogo em vídeo verá: no segundo tempo daquela grande noite, Romerito foi ele e mais cinco em campo. Pela seleção paraguaia, com um golaço contra o Brasil nas Eliminatórias 1986, foi um segundo Ghigghia: calou a multidão.
Mas não pense que Romerito se limitou a ser um cracaço com garra marcado por muitas conquistas pelo Fluminense. Ele foi muito mais, tanto que até hoje está aí como sempre, humilde, escudo de carne e osso onde o Flu estiver, livro, disco, filme, abraçado pela torcida. Foi muito mais.
Pouco importava se era o gramado castigado da Lusa na Ilha do Governador, a velha Bariri ou o impraticável Godofredo Cruz. Para ele, tudo era Maracanã cheio de gente e cheirando a título. Jogava qualquer partida como se fosse a última e, mesmo que não ganhasse uma taça sequer, ia ser lembrado pela dedicação, pela raça, pela defesa das cores do Fluminense. Mas ele queria mais e, por isso, quando você visita os troféus das Laranjeiras e encontra alguns dos nossos momentos mais significativos, eles são a cara do herói guarani.
Hoje deveria ser decretado o dia oficial do Paraguai em Álvaro Chaves.
Romerito, a cada dia que passa, os adolescentes de 1984 procuram você no gramado hoje. Eu sou um deles, sempre.
Não tenho dúvidas: com três Romeritos em campo, o Flu só não teria sido eneacampeão do Sistema Solar se não quisesse.
Quem viu, viu – e sabe do que estou falando.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: ffc
Andel, também é o dia do excepcional Delei (57 anos).
Perfeito!
Se me permitir, assino a coautoria do texto.
O gol do Romerito na final de 85 foi o do empate.
O da virada foi do Paulinho de falta.
Eu tava la….hahahaha
João, você se confundiu.
O Romerito também marcou na final do campeonato, inclusive acima descrita.
Mas o golaço do texto refere-se à última partida da Taça Guanabara daquele mesmo ano, na vitória por 1 a 0 sobre o America, que assegurou a presença do Fluminense na fase decisiva.
ST.
Don Romero,
sabe tudo e mais um pouco, paradoxal, o jogador mais atual de sua época. Edinho e Conca… O primeiro ficou no passado, o segundo não quero no futuro, Romerito, este sim, será sempre eterno.
ST
Bom demais ter visto Romerito jogar. Perfeito como sempre!