Em tempos de sofrimento, crises, brigas, mal-entendidos, o futebol toma sua importância principal e atinge o povo no coração. Ele acaba sendo a válvula de escape para um povo que está cansado de notícias negativas. Mesmo que seu time vá mal das pernas, o torcedor acaba jogando ali suas frustrações, raiva, tristeza.

Em catarse e acompanhado de outros milhares, o torcedor tem a chance de se sentir mais leve. Nas arquibancadas ou em frente à TV, tudo é possível, existe uma liberdade vista apenas diante de dois clubes disputando com voracidade a posse de uma bola.

Estádios cada dia mais cheios, torcidas mais ligadas aos seus clubes, mais gente curtindo futebol. Esse é o painel do futebol brasileiro em tempos de crise econômica, social e política. Vários motivos colaboram para tal crescimento e o sentimento de alívio das mazelas da vida é um dos principais. Quem vibra com um gol tem mais chances de ser alguém feliz. Alguém aqui duvida?

Pense no torcedor vascaíno. Em último lugar no campeonato, seriamente ameaçado de rebaixamento, mas com estádio cheio em um domingo de manhã, dia dos pais.

O amor pelo futebol desconstrói qualquer teoria comportamental, pois está além do entendimento humano. Estar unido a um grupo por algo que você tanto ama, traz força para superar qualquer dificuldade.
O trabalhador que pega o trem lotado de segunda à sexta, que ganha salário mínimo, que sua para conseguir uma vida digna, junta os amigos no final de semana para vibrar ou xingar 22 jogadores, técnicos e árbitros. É ali que ele se sente vivo. Durante a semana é como se estivesse anestesiado. Tudo à espera do apito inicial no domingo. Bola pra frente!

Menos dinheiro girando na economia e jogos cheios, sócio torcedor em ascensão. O que explica? Paixão.

É na crise que nos unimos.

Assalariados, ricos, desdentados, mulheres, crianças, doentes, negros, índios, caucasianos e gringos…todos. O prazer pelo futebol é o que nos motiva.

Está triste?

Suba as rampas do Mário Filho. O futebol ainda é o ópio do povo.

Panorama Tricolor

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