Sem sombra de dúvidas, mas… (por Paulo-Roberto Andel)

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Sem sombra de dúvidas, a expulsão de Marcos Júnio na partida contra o Internacional foi de enorme infantilidade, prejudicando a atuação tricolor que já era pífia naquele compromisso.

Reconheço: R10 pareceu cansadíssimo no Beira-Rio (eu não o tiraria, mas…).

Não se questiona que o Fluminense teve uma recente derrocada na produtividade, com quatro derrotas em cinco jogos – uma delas muito contestada com justiça, contra a Chapecoense.

Inegável que os desfalques pesam muito, sendo Fred o maior deles.

MAS…

Não custa lembrar que, embora muito comemoradas, as vitórias tricolores que nos colocaram no G4 deste Brasileirão passaram muito longe do primor técnico. A principal característica atestada por toda a torcida nos triunfos, foi a garra do time, a pegada, a aplicação. Naturalmente sentimos uma melhora porque seria impossível piorar com o sucessor de Drubscky, a não ser que ele fosse o respeitável e saudoso João Carlos Camargo do basquete à beira do gramado.

Ronaldinho é um cracaço, mas não veio para correr. A ele deve caber o papel de gênio da armação.

Júnio vinha sendo o melhor jogador tricolor do Brasileirão. Fez bobagem e deve ser advertido. Só. Em 2009, Fred cabeceou o árbitro na final da Sulamericana e foi expulso, o que contribuiu decisivamente para perdermos aquele título. Isso não o impediu de se tornar um grande ídolo da maioria dos torcedores e um dos maiores artilheiros da história do clube. Naturalmente, aqui a comparação é pontual.

Enderson Moreira, cantado e decantado, vinha de trabalhos com bons resultados e bastidores problemáticos no Goiás, no Santos e no Atlético Paranaense. Não virou gênio com o G4 e nem uma besta com os insucessos de agora.

Parte da torcida, dias atrás, já celebrava uma das coisas mais abomináveis da Terra que é esse negócio de pré-título – tão abominável quanto afirmar que o time será rebaixado ao primeiro passe errado ou chute para fora. Ninguém está 100% seguro. Aí está o Atlético Mineiro, que fez um bom jogo ontem, mas perdeu para o Grêmio em casa – e este nós derrotamos aqui num lance de genialidade de… Ronaldinho.

Começamos o campeonato com o discurso dos scouts, dinheiro curto e campanha digna. Num estalar de dedos, tudo mudou. Vieram grandes reforços, Pedro Antonio tem sido um aríete na condução do sonhado CT, a pontuação vinha ajudando e o céu de brigadeiro era uma realidade. Não dá para desabar o mundo de uma hora para outra. Mas também é preciso avaliar as nuances de cada momento.

Em futebol, céus e infernos caminham lado a lado na mesma calçada estreita. Uma vírgula pode separar o caos da vitória. Triunfar é não deixar escapar os detalhes. Um pouco de prudência sem aquela velha opinião formada sobre tudo também ajuda.

Domingo é dia de apoio. Na hora do G4, lotar é fácil. Quando o declínio surge de forma ameaçadora, é que o tricolor precisa mostrar superação – o que repercute diretamente no time, na própria torcida e – quem sabe? – nos dirigentes.

Otimismo e esperança não coadunam com verborragia e megalomania.

Todos os parágrafos acima podem ser substituídos pela seguinte sentença: nem todo mundo que te dá tapinha nas costas é amigo sincero, nem todo mundo que te critica quer teu mal.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: exulla
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