Vi e li de quase tudo um pouco.
É claro que o árbitro deixou de dar o pênalti escandaloso no final, quando o zagueiro do Sport quase fez um gol contra, usando a cabeça do Marcos Jr. como bola. Mas também aliviou o Wagner no sarrafo em cima do Diego Souza. E o Sport é chegado a um futebol UFC.
Também teria sido sensacional se Gerson tivesse acertado o belo voleio no segundo tempo. Mas não deu.
Cavalieri fez uma grande defesa. O goleiro do Sport segurou alguns balões de longe. O Fluminense demorou demais para finalizar e o fez de forma econômica. No primeiro tempo foi pior: como Fred é obrigado a sair da área e da intermediária toda hora em busca de jogo, naturalmente o arremate acaba nos pés de outrem. E mal.
Poupado o artilheiro por desconforto, Magno Alves em campo na segunda etapa, sem grandes chances. Claro, o ferrolho do Sport era difícil de furar sem velocidade e pelas pontas, nossas carências evidentes desde muito tempo atrás. O torcedor sabe das coisas e pediu o Wellington Silva. Incrível a sintonia de pensamento entre Enderson e a massa.
Empatar em casa não foi boa receita, mas o Sport é dos times mais arrumados de um campeonato muito nivelado, sem definições, favoritos e brilho. Bem mais arrumado do que o Flamengo do domingo retrasado. O empate não constituiu qualquer surpresa.
Lido e visto? Tudo. Exceto o essencial: queremos a briga em cima, talvez seja possível, mas é sempre importante manter a lucidez à mão. O Fluminense de hoje é mais limitado do que o do ano passado e muito mais limitado do que em 2012 – o que não quer dizer que seja a porcaria sonhada pelos parajornalistas. Conseguirá ir além se triplicar a gana, a vontade. Brigar de acordo com suas possibilidades.
O equilíbrio pode estar em entender os limites, compreender a transição, rejeitar megalomanias ocas e delírios catastróficos. Feito isso, quem sabe o ano não encerra com um senhor lucro?
A torcida fez sua parte e apoiou mesmo quando as notas do boletim não eram as melhores. Impecável. Podia ter mais gente? Claro. Ia ficar mais bonito. Mas não decidiria nada. Quem resolve está no campo.
Os bastidores? Também. Mas aqui reside nossa maior fraqueza. Muita empáfia para pouca humanidade.
Ainda é cedo para qualquer prognóstico, mas nestas rodadas iniciais fica a tênue impressão de que não teremos grandes surpresas desagradáveis (descartando o desastre pontual diante do Atlético Mineiro), e o que vier acima deste quinto lugar será uma alegria enorme – caso aconteça. Temos chance sim, mas convém não exagerar. Por favor, poupem meus ouvidos dessa idiotice de que os homens de oposição torcem contra o time. Palhaçada tem limite. O que não cabe é confundir ouro com urina.
Escrevi 30 páginas de meu novo livro. Tem sido uma enorme diversão. Espero que gostem. Não se parece com nada do que já publiquei antes. A capa preta ficou linda e é também uma clara manifestação de desabafo. Para o bom entendedor sonso, meia palavra basta.
Panorama Tricolor
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Sempre lúcido. Parabéns!
Já comprei os anteriores. Aguardando o próximo, com ou sem desabafo. E olha que moro em Fortaleza/CE. Abraço, Andel!